Programa de trainees apenas para negros deve ganhar força no País
Após Magalu, Bayer e outras gigantes também anunciam programa de trainee exclusivo para negros; especialistas apontam e acreditam no crescimento do movimento
- Data: 22/09/2020 09:09
- Alterado: 22/09/2020 09:09
- Autor: Alex Faria
- Fonte: ABCdoABC
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E ações como esta, que alteram o sistema “convencional” e gritam um alerta sonoro e sofrido pela desigualdade, ecoam pelo país em velocidade assustadora; racismo reverso! Exclamam alguns, creio que mais assustados com as suas posições do que com o próprio risco de perderem a vaga dos sonhos; fantástica ação, proclamam outros.
Movimentos políticos à margem da onda se aproveitam e bradam, alguns indignados e outros apoiando, de acordo com a conveniência para a maré das eleições. Triste Brasil, triste política.
O deputado federal e vice-líder do governo Bolsonaro, Carlos Jordy abriu uma representação no Ministério Público contra a Magazine Luiza.
“Estou representando ao Ministério Público a loja @magazineluiza para que seja apurado crime de racismo no caso do programa de Trainee só para negros. A lei 7.716/89 tipifica a conduta daquele que nega ou obsta emprego por motivo de raça”, escreveu no Twitter.
Pelo Twitter a Magazine Luiza respondeu:
Acreditamos que um programa exclusivo para pessoas negras não cria segregação e sim a inclusão. Temos como objetivo romper um padrão que limita o acesso à candidatura de negros. Reconhecemos que temos apenas 16% deles em cargo de liderança, e queremos mudar essa realidade.
SEGREGAÇÃO OU INCLUSÃO
As opiniões são fortes, mas a realidade transforma. O programa “Só para Negros” movimenta o emocional e o racional das pessoas. Uma coisa é certa: o brasileiro precisa ser impactado com ações que os forcem a raciocinar. Louvável! Não é do dia para a noite que ações desse tipo são planejadas. De manhã Magalu, de tarde Bayer … foi na onda? Acredito que é fruto de prolongados estudos no qual a equidade é colocada como obrigatoriedade e isso, apenas indica um movimento que se estabilizará mais a frente, afinal somos todos brasileiros, independentemente de cor, credo e outros critérios discriminatórios.
A propósito, em julho de 2020 a AMBEV lançou programa de estágio voltado a pessoas negras, com 80 vagas e em 2019 no programa-piloto da empresa, contratou dez pessoas. Empresas como Suzano, Natura, Santander, Unilever, Vivo, Coca-cola, BRF, entre outras tantas, destinam pelo menos um porcentual de vagas para diversidade e inclusão.
Marcella Ungaretti, analista da XP, publicou em relatório ontem sobre a relevância da ação da Magalu: “…enxergar a equidade racial e de gênero como ponte para ambientes empresariais bem-sucedidos e para um país mais igualitário”