Principais cuidados que a mãe deve ter durante o pré-natal
De acordo com a médica obstetra Bruna Pitaluga, a mãe deve praticar atividade física regularmente, consumir alimentos saudáveis e suspender a ingestão de qualquer tipo de bebida alcóolica
- Data: 16/10/2023 14:10
- Alterado: 16/10/2023 14:10
- Autor: Redação ABCdoABC
- Fonte: Estadão Conteúdo
Crédito:Divulgação/Freepik
Quando uma mulher engravida, e conforme a gestação avança, é comum que seus pensamentos sejam inundados por preocupações relativas à saúde e ao bem-estar de seu bebê. Para a médica obstetra, com mais de 20 anos de experiência profissional, Bruna Pitaluga, a preocupação é bem-vinda e necessária, desde que a mulher compreenda que ela é o veículo de desenvolvimento da vida que está sendo gerada. Nesse sentido, alguns cuidados relacionados à saúde da mãe durante o pré-natal necessitam ser tomados a fim de que o bebê evolua de forma plena dentro da barriga da mãe.
Bruna explica que a gestação deve ser entendida como um processo de três etapas (trimestres), onde os estágios, apesar de distintos entre si, são complementares. “Assim, o sucesso da etapa anterior é fundamental para um bom desenvolvimento da etapa seguinte”, afirma. Nesse sentido, a médica obstetra destaca alguns princípios que são indicados às pacientes, relativos à atividade físicas, alimentação e consumo de álcool, que devem ser seguidos por toda a gravidez, mas cujo impacto é maior no primeiro trimestre de gestação.
De acordo com a médica obstetra, o primeiro trimestre de gestação é fundamental para o desenvolvimento do bebê, porque é neste período em que ocorre a formação da placenta, órgão que desempenha importantes funções para a vida do feto, tais como: transportar oxigênio, glicose, água, entre outras substâncias e retirar gás carbônico e outros dejetos.
A placentação humana se inicia com a implantação do útero entre a sétima e 12ª semana de gestação, sendo a atividade física essencial para que isso aconteça. “Então, logo no primeiro trimestre, não se pode suspender a prática de exercícios. Se a atividade física é boa para o coração, ela é excelente para a placenta, auxiliando sua implantação, oxigenação e vascularização”, afirma Bruna.
Do mesmo modo, conforme a médica obstetra, também é de suma importância para a saúde da placenta e consequentemente do feto, que a gestante continue se alimentando de maneira saudável, priorizando a ingestão de frutas, legumes e verduras frescas e restringindo o consumo de alimentos ultraprocessados e açúcar. Bruna destaca o caráter de continuidade da boa alimentação, porque, segundo ele, é recomendável que a paciente frequente o consultório da obstetra antes e depois de engravidar.
A suspensão imediata da ingestão de qualquer tipo de bebida alcoólica é indicada para que a paciente evite desenvolver uma série de complicações, entre as quais a Síndrome Alcoólica Fetal, uma doença séria que pode prejudicar, sobretudo, o neurodesenvolvimento do feto, que ocorre principalmente no primeiro trimestre. “É neste período, que começa a migração das células que contribuem para o pleno desenvolvimento do sistema nervoso central e dão origem ao cérebro do bebê, como conhecemos após o nascimento”, diz Bruna.
A médica obstetra enfatiza que todos os exames pedidos por ela nas consultas com as gestantes que atende, em sua rotina laboratorial, têm como o intuito obter uma visão metabólica da gestação, compreendendo que a mãe é o veículo de desenvolvimento do bebê, seja neurológico, seja motor, seja osteoarticular, seja da placenta.
Para isso, tendo essa visão metabólica gestacional como guia, é que Bruna dá prioridade às mudanças nos hábitos de suas pacientes, como adotar a prática regular de atividade física, ingerir alimentos saudáveis e restringir de maneira absoluta o consumo de bebidas alcóolicas.
Sobre Dra. Bruna Pitaluga
Formação em Medicina pela Universidade de Brasília – UnB
Residência Médica em Ginecologia e Obstetrícia pela Universidade de Brasília – UnB
Pós-graduação em Nutrologia pela Associação Brasileira de Nutrologia – ABRAN
Especialização em Medicina Funcional pelo Instituto de Medicina Funcional – IFM, EUA
Curso em Nutrigenômica pela Universidade da Carolina do Norte – UNC, EUA.