Presidente peruano se recusa a renunciar por suspeitas ligadas à Odebrecht
'Não vou renunciar', diz presidente do Peru após revelações sobre Odebrecht. Pedro Pablo Kuczynski pediu a quebra do próprio sigilo bancário para que tudo seja revisado
- Data: 15/12/2017 09:12
- Alterado: 15/12/2017 09:12
- Autor: Redação ABCdoABC
- Fonte: Estadão Conteúdo
O presidente do Peru, Pedro Pablo Kuczynski, se recusou a renunciar ontem, apesar da crescente pressão que vem sofrendo por suposto envolvimento com o escândalo de corrupção da construtora Odebrecht.
Políticos de todas as vertentes apelaram a Kuczynski que deixe o cargo, após uma comissão investigativa peruana revelar, na quarta-feira, que recebeu documentos da Odebrecht mostrando que a empresa brasileira pagou cerca de US$ 780 mil entre 2004 e 2007 a uma consultoria aberta pelo presidente e da qual ele era o único diretor.
Em parte do período dos pagamentos, Kuczynski atuou como ministro da Economia ou primeiro-ministro. Há meses, o presidente alega não ter contatos com a Odebrecht.
Em pronunciamento à TV na quinta-feira à noite, Kuczynski confirmou ser dono da consultoria, a Westfield Capital, mas afirmou que não esteve envolvido em sua administração enquanto serviu no governo. Segundo ele, um sócio na consultoria assinou os contratos com a Odebrecht no período mencionado.
“Não vou abdicar de minha honra, de meus valores ou de minhas responsabilidades como presidente de todos os peruanos”
, declarou Kuczynski.
“Não vou correr. Não vou me esconder. Não tenho motivos para isso”
, acrescentou.
Kuczynski, de 79 anos, foi eleito presidente em 2016, depois de uma carreira empresarial bem-sucedida, em parte por ter prometido endurecer o combate à corrupção.
Num acordo fechado com o Departamento de Justiça dos EUA, a Odebrecht reconheceu no ano passado ter distribuído propinas de quase US$ 800 milhões, a maior parte do montante na América Latina, para garantir contratos de estrutura. Desse total, US$ 29 milhões foram pagos no Peru ao longo de três governos, entre 2005 e 2014. No Peru, a Odebrecht construiu canais de irrigação e outras grandes obras. Fonte: Dow Jones Newswires.