Por dentro do COE: como é planejada a reação da Saúde ao desastre
Equipes multidisciplinares e intersetoriais coordenam ações entre profissionais da saúde, epidemiologistas e equipes de gestão no apoio aos sobreviventes das enchentes
- Data: 20/05/2024 13:05
- Alterado: 20/05/2024 13:05
- Autor: Redação
- Fonte: Ministério da Saúde
Centro de Operações de Emergência (COE) reunido em Brasília
Crédito:Walterson Rosa/MS
Desde o início de maio, a população do Rio Grande do Sul tem sofrido com as enchentes provocadas pelas fortes chuvas que assolam o estado. Os números mais recentes apontam que 461 municípios foram afetados e quase 69 mil pessoas estão em abrigos. Para apoiar os sobreviventes do desastre, o Ministério da Saúde conta, desde o último dia 3, com a estrutura de um Centro de Operações de Emergência (COE) local formado por equipes multidisciplinares e intersetoriais entre profissionais da saúde, epidemiologistas e equipes de gestão.
O grupo que está em atuação no sul do país trabalha com respostas emergenciais e coordenadas com o COE Nacional, concentrado em Brasília. O fluxo é dividido em equipes de operações, planejamento, análise de dados, comunicação e logística.
De acordo com o diretor do Departamento de Emergências em Saúde Pública (Demsp), Márcio Garcia, a equipe de operações também tem suas subdivisões para que todos sejam assistidos. “Existem núcleos específicos para atendimentos de urgência e emergência, nos hospitais de campanha, aeromédicos e saúde mental, por exemplo. Além disso, juntaram-se a nós profissionais da atenção primária, saúde indígena e de vigilância”, pontua.
Atuação conjunta
Na área do planejamento, são realizados diagnósticos situacionais dos municípios e o levantamento da destruição na rede de atenção à saúde. Nas unidades que estão em funcionamento, é feita uma análise das necessidades e, dentro desse contexto, são enviadas equipes assistenciais para a realização dos atendimentos. Todo esse estudo e trabalho são feitos, em conjunto, entre as secretarias do Ministério da Saúde.
“A atenção primária acompanha a fase de resposta e articula com gestores locais o levantamento das principais necessidades dos municípios. Por isso, essa integração é importante não só agora, mas também posteriormente, durante a fase de recuperação”, declara o secretário de Atenção Primária à Saúde, Felipe Proenço.
O escopo da logística também atua em conjunto no acolhimento aos profissionais de saúde da Força Nacional do Sistema Único de Saúde (SUS). Eles ficam responsáveis pela disponibilização de deslocamento para as acomodações, locais de trabalho e, ainda, planejar o melhor trajeto – terrestre ou aéreo – para que os atendimentos não sejam prejudicados. Além disso, eles realizam o abastecimento de insumos e medicamentos, o transporte dos hospitais de campanha e a disponibilização de equipamentos hospitalares.
Atendimentos
A Força Nacional do SUS ultrapassou 3,5 mil atendimentos no Rio Grande do Sul. O volume reflete o investimento do ministério na ampliação das equipes e da rede de assistência, que conta com 110 profissionais em atuação.
Desde sua abertura, na última terça-feira (14), o hospital de campanha (HCamp) de Porto Alegre realizou 102 atendimentos. Já o HCamp de Canoas registrou 1.605 atendimentos até a última sexta-feira (17). As unidades recebem pacientes para estabilização, aplicação de medicamentos, triagem de casos, entre outros serviços.
Serviços e insumos
Com o apoio e assistência à população do Rio Grande do Sul, o Ministério da Saúde já garantiu:
- 314 profissionais da Força Nacional do SUS, entre médicos, enfermeiros, equipes aeromédicas e psicólogos;
- R$ 1,5 bilhão em recursos para o estado e os municípios gaúchos;
- 1,2 milhão de doses de vacinas contra tétano, difteria, hepatites A e B, coqueluche, meningite, rotavírus, sarampo, caxumba, rubéola, raiva e picadas de animais;
- 100 kits emergência, com 32 tipos de medicamentos e 16 tipos de insumos, como luvas, seringas e ataduras em cada kit, com capacidade de atender a até 150 mil pessoas em um mês;
- 73 mil frascos de insulina, 617 mil canetas e 2,8 milhões de agulhas de aplicação;
- 8 milhões de medicamentos e insumos dos componentes Básico, Estratégico e Especializado;
- 600 doses de imunoglobulina;
- 200 caixas térmicas de alta qualidade;
- 4,8 mil bobinas de resfriamento.