Pit bulls e rottweiller trocam canil de Santo André por casa própria

O canil da Zoonose de Santo André está mais vazio. Além dos 39 animais – 29 cães e dez gatos – adotados na feira do último domingo (28), no Parque Central, um casal de pit bulls e um rottweiler, todos adultos e com menos de três anos de idade, trocaram o local público pelo privado desde segunda-feira (29). O que foi motivo de alegria entre os veterinários e os agentes de Saúde, principalmente pelo fato dos dois cachorros e uma cadela não serem mais filhotes.  

 “É muito difícil doar cães adultos aqui, ainda mais três feras dessas”, brincou João Carlos da Rocha Tristão, gerente da Vigilância Sanitária, Epidemiológica, Controle de Zoonose e Vigilância Ambiental em Saúde de Santo André. A maioria dos adotantes tem a preferência por filhotes. Na feira do último domingo, dos 39 animais, 36 foram filhotes – 27 da população canina e nove da felina.

O que foi confirmado pela veterinária Simone Ortiz Rizzotti. “Sem falar que são duas raças sempre com históricos ruins divulgados pela imprensa de um modo geral”, apontou a médica. A profissional ressaltou a necessidade de trabalhos específicos de treinamento e socialização para os animais não se tornarem agressivos. “As pessoas que adotaram os cães passaram por entrevistas e foram devidamente informadas sobre as características de cada raça, inclusive assinaram um termo de responsabilidade pela adoção”, explicou.

Um dos adotantes, segundo Simone, foi um adestrador de animais. O profissional fará o treinamento do legítimo rottweiler, raça desenvolvida na Alemanha, mas que chegou ao canil de Santo André após reintegração de posse no Jardim Santo André em março. Devidamente adestrado, o novo proprietário alugará o animal para as empresas como cão de guarda. Já os pit bulls serão levados para moradia em um sítio – o casal chegou à Zoonose no início deste ano.

Pitt bulls e rottweiler à parte, a dona de casa Cirlene Domingues, 32 anos, moradora na Vila Curucá, não optou pelos cães mais fortes, foi na mesma linha da adoção de animais mais velhos. Feliz da vida, ela levou para casa um simpático poodle branco com cerca de três anos, que encontrou na feira do domingo. “Dei sorte. É um cãozinho muito amoroso. Foi a melhor coisa que fiz”, contou, entusiasmada, nesta terça-feira (30), dois dias depois de trazer ‘Quilate’ para o convívio da família. Por sinal, a briga para quem fica com o cãozinho está formada entre os quatro filhos de Cirlene – Gislayne (11), Ítalo (9), Dérik (4) e Monique (3). “Todos estão encantados. Agora, cada um quer ser o dono dele”, afirmou Cirlene.

Ainda sem quantidade suficiente, a Zoonose de Santo André mantém a campanha de doação de cobertores para o aquecimento dos cães e dos gatos espalhados pelo canil municipal. A pessoa interessada pode deixar sua contribuição no órgão, que funciona na rua Igarapava, 239, na Vila Valparaíso, de segunda a sexta-feira, das 8h às 16h. O telefone para mais informações: (11) 3356-9075.