PGR pede inquérito contra Silveira por desacato a policial civil do IML do Rio
A Procuradoria-Geral da República pediu a abertura de inquérito contra o Daniel Silveira (PSL) para apurar possíveis crimes de desacato e infração de medida sanitária
- Data: 19/02/2021 18:02
- Alterado: 22/08/2023 22:08
- Autor: Redação ABCdoABC
- Fonte: Estadão Conteúdo
PGR pede inquérito contra Silveira por desacato a policial civil do IML do Rio
Crédito:Reprodução
O parlamentar discutiu com uma policial civil ao se recusar a usar máscara no Instituto Médico Legal do Rio de Janeiro. Silveira foi preso na terça, 16, horas após publicar vídeo com ameaças ao Supremo Tribunal Federal (STF) e apologia ao AI-5, o ato mais duro da ditadura militar.
O episódio ocorreu na quarta, 17, quando Silveira se dirigiu ao IML para prestar exames após a prisão. Ao chegar no local, uma policial civil percebeu que o deputado estava sem a máscara, obrigatória em locais públicos do Rio de Janeiro desde junho, e avisou: ‘Para a nossa proteção e para a sua também, aqui dentro tem que usar máscara’.
Silveira se recusou a cumprir a orientação e respondeu: ‘A senhora não manda em mim não. Está achando que está falando com vagabundo? Meu irmão, a pior coisa é militante petista‘. Diante da insistência, o deputado subiu o tom: ‘E se eu não quiser botar? Se a senhora falar mais uma vez eu não boto. Se falar mais uma vez eu tiro. A senhora é policial civil, eu também sou polícia, e aí? E sou deputado federal, e aí? A senhora não conhece a porra da lei, não?‘.
A discussão foi registrada em vídeo e divulgada nas redes sociais por um assessor do deputado.
A PGR quer apurar se Silveira cometeu os crimes de desacato ao desobedecer a policial civil e infração de medida sanitária por deixar de usar máscara em local público. A investigação foi solicitada ao STF pelo vice-procurador-geral Humberto Jacques de Medeiros após ofício enviado à PGR pelo ministro Alexandre de Moraes, que decretou a prisão em flagrante de Silveira na investigação que mira ‘fake news’ e ameaças contra a Corte.
Medeiros afirma que, apesar das imagens terem sido registradas em vídeo, ainda há necessidade de diligências para apurar o episódio no IML, incluindo a realização de depoimentos com os agentes públicos envolvidos no episódio e o próprio deputado.