Pesquisadores sobre o “Buraco Negro” são laureados com o Nobel de Física
Pesquisadora é a quarta mulher da história a receber o prêmio; antes apenas Marie Curie, Maria Goeppert Mayer e Donna Strickland foram laureadas na categoria
- Data: 06/10/2020 09:10
- Alterado: 06/10/2020 09:10
- Autor: Redação
- Fonte: Estadão Conteúdo
Crédito:Divulgação
Roger Penrose, Reinhard Genzel e Andrea Ghez são os ganhadores do Prêmio Nobel 2020 em Física, anunciou a Academia Sueca nesta terça-feira (6), por descobertas sobre buracos negros.
Um buraco negro é uma região do espaço com um campo gravitacional tão intenso que nem mesmo a luz consegue escapar de dentro dele. A intensa gravidade comprime a matéria até que não haja mais espaço entre os átomos. Corpos celestes dessa natureza podem surgir em decorrência da morte de estrelas supermassivas.
Penrose receberá metade do prêmio pela “descoberta da formação de buraco negro em uma robusta previsão da Teoria da Relatividade Geral“. Genzel e Andrea receberão a outra metade pela “descoberta de um objeto supermaciço no centro da nossa galáxia“. Os vencedores dividirão o valor de 10 milhões de coroas suecas (cerca de R$ 6,3 milhões).
Penrose, britânico de 89 anos, é professor da Universidade de Oxford, no Reino Unido. Genzel, alemão de 68 anos, é pesquisador do Instituto Max Planck para Física Extraterrestre, e Andrea é pesquisadora da Universidade da Califórnia, em Los Angeles, nos EUA.
Em janeiro de 1965, dez anos depois da morte de Einstein, Penrose provou como os buracos negros podem se formar e os descreveu em detalhes. No centro, os buracos negros escondem uma particularidade: ali, todas as leis da natureza deixam de valer. Segundo o comitê do Nobel, o artigo que ele escreveu descrevendo os buracos negros até hoje é visto como a mais importante contribuição para a Teoria da Relatividade Geral desde Einstein.
Reinhard Genzel e Andrea Ghez lideram grupos de astrônomos que, desde o início dos anos 90, estão focados no estudo de uma região no centro da nossa galáxia chamada de Sagittarius A.
Ghez disse que está muito animada em receber o prémio e leva a responsabilidade de ser apenas a quarta mulher na história a vencer um prêmio Nobel muito a sério – entregue pela primeira vez em 1901. Desde aquele ano, apenas Marie Curie (1903), Maria Goeppert Mayer (1963) e Donna Strickland (2018) foram laureadas na categoria.
A láurea em Medicina foi a primeira a ser anunciada, na segunda (5). Harvey J. Alter, Michael Houghton e Charles M. Rice ganharam o prêmio pela descoberta do vírus da hepatite C.
Os prêmios em Química, Literatura e Paz serão entregues ainda nesta semana; já a láurea em Economia será divulgada na próxima segunda (12).