Pesquisa revela crescimento salarial no agronegócio
Agronegócio se destaca com 82% de cargos em alta, enquanto tecnologia enfrenta quedas
- Data: 20/01/2025 08:01
- Alterado: 20/01/2025 08:01
- Autor: Redação
- Fonte: Forbes
Crédito:Marcello Casal Jr./Agência Brasil
Um novo levantamento realizado pela consultoria Michael Page revela que, em 2024, a estabilidade salarial prevaleceu para a maioria dos profissionais brasileiros, enquanto determinados cargos experimentaram aumentos significativos. A pesquisa abrangeu cerca de 6,8 mil profissionais e empresas de 12 setores distintos do Brasil, destacando que apenas quatro segmentos apresentaram aumento na remuneração da maioria das posições.
O agronegócio se destacou como o setor com o maior número de cargos que registraram crescimento salarial, alcançando um aumento em 82% das posições. Os setores de seguros e engenharia também apresentaram resultados positivos, com 70% dos cargos experimentando elevações salariais, enquanto a área da saúde ficou com 56% de aumento.
Em contrapartida, a maior parte das profissões nas demais áreas permaneceu com salários inalterados. No varejo, por exemplo, impressionantes 92% das posições mantiveram sua remuneração estável. Esse cenário foi observado também nos setores de marketing (80%), finanças (79%), vendas (76%), bancário (75%), recursos humanos (70%), logística (60%) e tecnologia (25%).
A pesquisa ainda identificou os cargos que mais se destacaram em termos de aumento salarial. O cargo de especialista de produto na área da saúde obteve um aumento expressivo de 79%, seguido por analista sênior de back/middle office no setor bancário, com um crescimento de 61,3%. No total, foram analisadas as remunerações de 2.282 cargos, organizados em diferentes faixas salariais mensais conforme a experiência dos profissionais e o porte das empresas.
Apesar da maioria dos setores não registrar quedas salariais significativas no fechamento do ano, algumas áreas se destacaram pela quantidade expressiva de posições com redução na remuneração. No setor de tecnologia, cerca de 25% dos cargos enfrentaram queda salarial, enquanto as áreas de saúde e logística tiveram índices de 18% e 16%, respectivamente.
A diminuição na remuneração pode gerar impactos negativos nas empresas. Ricardo Basaglia, CEO da Michael Page no Brasil, ressalta que o salário continua sendo um fator crucial para a retenção e atração de talentos. “Líderes devem oferecer pacotes robustos que alinhem recompensas financeiras com propósitos significativos para captar os melhores profissionais. A estratégia de remuneração deve ir além do ambiente corporativo tradicional”, afirma Basaglia.
Em relação às expectativas para 2025, mais de 30% das empresas planejam implementar aumentos reais nos salários dos funcionários. A pesquisa indica que 38,4% das organizações pretendem reajustar as remunerações no próximo ano, superando aqueles que ainda não tomaram uma decisão (31,1%) e os que não planejam mudanças (30,4%).
Os valores dos aumentos previstos variam entre as empresas: cerca de 22,8% das organizações planejam ajustes entre 5% e 6%, enquanto apenas 10,3% preveem um crescimento entre 9% e 10%, e 5,9% esperam aumentos superiores a 10%. Os segmentos mais promissores em termos salariais incluem automotivo, infraestrutura, construção e agronegócio. Stephano Dedini, diretor da Michael Page, destaca que “esses setores estão liderando os aumentos salariais e empresas com recursos humanos bem estruturados já estão adotando medidas para manter sua competitividade”.