Para Temer, Janot é ‘antiético, imoral, indecente e ilegal’

Temer, por meio de seus advogados, partiu para um ataque sem precedentes contra o ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot.

  • Data: 04/10/2017 17:10
  • Alterado: 15/08/2023 23:08
  • Autor: Redação ABCdoABC
  • Fonte: Estadão Conteúdo
Para Temer

Temer "desqualificou" o procurador

Crédito:Reprodução

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Na peça de 89 páginas, entregue à Câmara, nesta quarta-feira, 4, os advogados classificaram como “torpe” a segunda denúncia de Janot contra o peemedebista – a primeira, por corrupção passiva, foi barrada pelos deputados.

O documento de defesa do presidente é subscrito pelos advogados Eduardo Pizarro Carnelós e Roberto Soares Garcia e endereçado ao presidente da Comissão de Constituição e Justiça, Rodrigo Pacheco (PMDB-MG). A Câmara está analisando se autoriza o envio da acusação contra o peemedebista por organização criminosa e obstrução de Justiça ao Supremo Tribunal Federal (STF).

“A obsessão de Rodrigo Janot, seu mal agir, foi antiético, imoral, indecente e ilegal!”, alegam os criminalistas.

A segunda flechada de Janot é dividida em duas partes. A primeira atinge o “quadrilhão” do PMDB e acusa, além de Michel Temer, seu ex-ministro Geddel Vieira Lima, seu ex-assessor especial Rodrigo Rocha Loures, seus ministros Eliseu Padilha (Casa Civil) e Moreira Franco (Secretaria-Geral da Presidência) e os ex-presidentes da Câmara Eduardo Cunha e Henrique Alves.

Segundo a denúncia, eles praticaram ações ilícitas em troca de propina por meio de diversos órgãos públicos, como Petrobras, Furnas, Caixa Econômica, Ministério da Integração Nacional e Câmara dos Deputados. Janot atribuiu ao presidente a liderança da organização criminosa desde maio de 2016.

Na segunda parte, Temer é acusado pelo crime de obstrução de Justiça, por supostamente tentar barrar a delação premiada do doleiro Lúcio Funaro. A denúncia aponta que o presidente instigou o empresário Joesley Batista, da JBS, a pagar, por meio do executivo da J? feriram-se preceitos morais e éticos; rasgaram-se normas de conduta social, tudo sob o pálio do combate ao crime, o qual estaria inoculado no seio dessa E. Casa de Leis”, afirmam os criminalistas.

Segundo a defesa, Janot “almejava ardentemente” a deposição de Temer.

Após a primeira denúncia do ex-procurador contra o presidente, por corrupção, ter seu andamento negado pela Câmara, em agosto, Janot teria, segundo a defesa, agido “à maneira do pistoleiro que, contratado para matar alguém, não aceita a rescisão do trato pelo mandante, porque ‘já garrou raiva’ da vítima”.

“O ex-chefe do Ministério Público Federal agiu novamente com pressa, premiou outro delator (Lucio Funaro) e lançou nova flecha, cujo primeiro alvo foi a Língua Portuguesa, seguida pelo Direito e pelos próprios denunciados”, argumenta a defesa.

“Infelizmente, o dr. Rodrigo Janot Monteiro de Barros abusou de sua independência funcional, extrapolou suas funções institucionais, revelando a mais absoluta e inadmissível parcialidade contra o defendente (Michel Temer).”

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  • Data: 04/10/2017 05:10
  • Alterado: 15/08/2023 11:08
  • Autor: Redação ABCdoABC
  • Fonte: Estadão Conteúdo









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