Papa Francisco pede por compartilhamento de vacinas em celebração de Páscoa
No tradicional discurso na Basílica de São Pedro, o pontífice propôs o fim dos conflitos e pediu confraternização dos países na guerra contra a pandemia
- Data: 04/04/2021 11:04
- Alterado: 22/08/2023 22:08
- Autor: Redação ABCdoABC
- Fonte: Estadão Conteúdo/VaticanNews
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Durante celebração do domingo de Páscoa no Vaticano, o Papa Francisco se volta ao mundo marcado por conflitos e restrições impostas pelo coronavírus: “À luz do Ressuscitado, os nossos sofrimentos são transfigurados. Onde havia morte, agora há vida; onde havia luto, agora há consolação. Ao abraçar a Cruz, Jesus deu sentido aos nossos sofrimentos. Feliz Páscoa para todos!”, disse o Papa em sua mensagem Urbi et Orbi (para a cidade e para o mundo).
Antes da bênção Urbi et Orbi o Papa, em sua homilia na Basílica de São Pedro, criticou o de guerras e atrocidades que vivemos. “A pandemia continua a todo vapor, a crise social e econômica é muito grave, principalmente para os mais pobres; e apesar de tudo – e é escandaloso – os conflitos armados não cessam e os arsenais militares são reforçados”. O pontífice pediu para parar “o clamor das armas na amada e atormentada Síria, onde milhões de pessoas vivem atualmente em condições desumanas, assim como no Iêmen, cujas consequências são rodeadas por um silêncio ensurdecedor e escandaloso, e na Líbia, onde finalmente é possível ver uma saída para uma década de lutas e confrontos sangrentos.”
Papa Francisco dedicou a sua homilia pascal aos mais vulneráveis, aos que sofrem com a covid-19, aos migrantes, às pessoas que vivem em condições precárias devido à pandemia e às populações que sofrem com as guerras.
Sobre a crise de saúde, Jorge Bergoglio, após homenagear os médicos e enfermeiras na linha de frente da pandemia, lembrou que “as vacinas são ferramentas fundamentais nessa luta”. “No espírito do ‘internacionalismo da vacina’, exorto toda a comunidade internacional a assumir um compromisso comum para superar os atrasos em sua distribuição e promover sua distribuição, especialmente nos países mais pobres“, disse ele.
Vacinas, instrumento essencial na luta contra a Covid
“A pandemia está ainda em pleno desenvolvimento; a crise social e econômica é muito pesada, especialmente para os mais pobres; apesar disso – e é escandaloso –, não cessam os conflitos armados e reforçam-se os arsenais militares”, disse o Pontífice
Nesta complexa realidade, o anúncio de Páscoa encerra em poucas palavras um acontecimento que dá a esperança: «O crucificado ressuscitou». E as chagas de Jesus “são a chancela perene do seu amor por nós”. Não se trata de uma miragem.
Cristo ressuscitado é esperança para quem sofre devido à pandemia, para os doentes e para quem perdeu um ente querido, para os desempregados, para os médicos e enfermeiros.
Um instrumento essencial nesta luta, disse o Papa, são as vacinas. Por isso, exorta toda a comunidade internacional a um empenho comum para superar os atrasos na distribuição das doses e facilitar a sua partilha, especialmente com os países mais pobres.
O Papa Francisco presidiu na Basílica Vaticana à Santa Missa de Páscoa, com uma limitada presença de fiéis devido às normas anti-Covid. E foi precisamente esta situação que conduziu a mensagem Urbi et orbi pronunciada em frente ao altar da Cátedra. Mas desta vez, pelo segundo ano consecutivo, seguindo as restrições ao covid-19 na Itália, um dos países mais afetados pelo vírus com mais de 110.000 mortes, impediram tais atos.