Osesp recebe maestro Heinz Holliger e violinista Ilya Gringolts
Apresentações acontecem na Sala São Paulo entre quinta (03/out) e sábado (05/out) e terão no programa Alban Berg, Schumann e estreia de peça de Holliger; performance de sexta-feira (04/out) será transmitida ao vivo no YouTube da Orquestra.
- Data: 30/09/2024 11:09
- Alterado: 30/09/2024 11:09
- Autor: Redação
- Fonte: Osesp
Ilya Gringolts
Crédito:Kaupo Kikkas
O ano de 2024 marca as celebrações dos 70 anos da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo – Osesp, além dos 30 anos de atividades do Coro da Osesp e dos 25 anos da Sala São Paulo – a casa da Osesp, dos Coros e de seus Programas Educacionais, inaugurada em 1999 no edifício onde antes funcionava a Estrada de Ferro Sorocabana.
Nesta semana, de quinta-feira (03/out) a sábado (05/out), a Osesp recebe novamente o regente alemão Heinz Holliger, um amigo de longa data de nossos músicos, para um programa que inclui obras de Robert Schumann (a Sinfonia nº 2), Alban Berg (o Concerto para violino, com o russo Ilya Gringolts como solista convidado), e a estreia latino-americana de Tonscherben [Fragmentos de sons], peça de autoria do próprio Holliger (que também é oboísta e compositor, além de maestro). Vale lembrar que a performance de sexta-feira (04/out) terá transmissão ao vivo pelo canal oficial da Osesp no YouTube.
Escrita por Heinz Holliger (1939-) em 1985, Tonscherben [Fragmentos de sons] ilustra alguns aspectos daquilo que o suíço traz para a composição (experimental, prático, centrado na ação). Como declara seu título, a música é composta de nove fragmentos sonoros tipificados por extremos em termos de dinâmica, registro e não continuidade, e por sua forma altamente episódica. A obra reproduz o manuscrito do compositor, com uma relativa sensação de idiossincrasia e espontaneidade (como ilustrações japonesas) que se encontra ausente na música reproduzida mecanicamente. Aqui, o intérprete deve “sentir” seu caminho no momento, ao invés de ter todas as decisões traçadas e ensaiadas antes da performance.
O Concerto para violino de Alban Berg (1885-1935) foi escrito por encomenda do violinista norte-americano Louis Krasner. Na época, Berg recebeu a trágica notícia da morte de Manon Gropius, filha de Alma Mahler-Werfel e Walter Gropius, arquiteto fundador da Bauhaus. Muito amigo da família, Berg decidiu homenagear a jovem de 18 anos e incluiu na partitura do concerto a dedicatória “Em memória de um anjo”. Concebido e escrito em aproximadamente cinco meses, o concerto estreou em abril de 1936, no Palau de la Música Catalana, em Barcelona, sob regência de Hermann Scherchen, tendo Louis Krasner como solista. Essa foi a última peça completa escrita por Alban Berg, cujo falecimento, três meses antes da estreia, daria ainda um outro sentido para esse réquiem.
Robert Schumann (1810-1856) casou-se em 1840 com a pianista Clara Wieck, a contragosto de seu sogro, Johann Friedrich Wieck – com quem o próprio Schumann estudou piano. Em 1844, o casal se instalou em Dresden, onde ele teria uma crise das mais severas e criaria a Sinfonia nº 2. Com um longo histórico de hipomania, melancolia e alucinações, o gênio romântico se definiu em um terreno de introspecção e sofrimento. Biógrafos de Schumann dirão que todo o seu ser respira música, e que em sua música se entranham fantasias, sonhos e delírios. Nos dois primeiros movimentos da Sinfonia nº 2, por exemplo, costuma-se ouvir uma luta titânica contra a insanidade.
SERVIÇO
03 de outubro, quinta-feira, 20h30
04 de outubro, sexta-feira, 14h30 [Osesp duas e trinta] — Concerto Digital
05 de outubro, sábado, 16h30
Endereço: Sala São Paulo – Praça Júlio Prestes, 16
Taxa de ocupação limite: 1.484 lugares
Recomendação etária: 07 anos
Ingressos: Entre R$ 39,60 e R$ 271; R$ 39,60 [Osesp duas e trinta] (valores inteiros)
Bilheteria (INTI): neste link | (11) 3777-9721 (de segunda a sexta, das 12h às 18h)
Estacionamento: R$ 35,00 (noturno e sábado à tarde | 600 vagas; 20 para pessoas com deficiência; 33 para idosos.