Não tem orientação nenhuma ali, diz Moro sobre troca de mensagens com Dallagnol
Moro, afirmou hoje, 10, em Manaus, que "não há orientação nenhuma" na troca de mensagens com o procurador Deltan Dallagnol relevada pelo site The Intercept Brasil no domingo, 9
- Data: 10/06/2019 15:06
- Alterado: 10/06/2019 15:06
- Autor: Redação ABCdoABC
- Fonte: Estadão Conteúdo
Crédito:Reprodução/SECOM
As conversas mostrariam que Moro teria orientado investigações da Lava Jato por meio de mensagens trocadas no aplicativo Telegram. De acordo com o site, há conversas escritas e gravadas nas quais Moro sugeriu mudança da ordem de fases da Lava Jato, além de dar conselhos, fornecer pistas e antecipar uma decisão a Dallagnol.
“Não tem nenhuma orientação ali naquelas mensagens. E eu nem posso dizer que são autênticas porque, veja, são coisas que aconteceram, e se aconteceram, foram há anos. Eu não tenho mais essas mensagens. Eu não guardo, eu não tenho registro disso. Mas ali não tem orientação nenhuma”, disse Moro. É a primeira declaração de Moro desde a publicação das conversas pelo The Intercept.
Questionado o porquê manteve contato com os procuradores via mensagem de texto de aplicativos, Moro disse que “é algo normal”. “Veja, os juízes conversam com procuradores, conversam com advogados, conversam com policiais. E isso é algo normal.”
Moro abandonou a coletiva ao ser questionado se as mensagens sugeriam direcionamento das fases da Operação Lava Jato. “Se houve alguma coisa nesse sentido são operações que já haviam sido autorizadas e isso é questão de logística de saber como fazer. Senhores eu vim aqui para falar do Amazonas e se não tem pergunta a esse respeito eu encerro.”
PF apura invasão de telefones de Moro e de procuradores
Há um mês, como mostrou o jornal O Estado de S. Paulo, a Polícia Federal instaurou um inquérito para investigar ataques feitos por hackers aos celulares de procuradores da República que atuam nas forças-tarefas da Lava Jato em Curitiba, no Rio e em São Paulo. Há 4 dias, outro inquérito foi aberto para apurar ataques ao celular de Moro.
A força-tarefa da Lava Jato em Curitiba afirmou, em nota divulgada na noite de domingo, 9, que “não sabe exatamente ainda a extensão da invasão”, mas que “possivelmente” foram copiados “documentos e dados sobre estratégias e investigações em andamento e sobre rotinas pessoais e de segurança” dos integrantes do grupo e de suas famílias.
Também por meio de nota no domingo, Moro afirmou que, nas mensagens em que é citado, “não se vislumbra qualquer anormalidade ou direcionamento da atuação enquanto magistrado”.