Mundo se aproxima do temido marco de 1,5°C de aquecimento
Novo estudo lança alerta global sobre mudanças climáticas; confira
- Data: 11/11/2024 13:11
- Alterado: 11/11/2024 15:11
- Autor: Redação
- Fonte: O Globo
Crédito:Divulgação/Freepik
Pesquisadores realizaram um estudo inovador utilizando dados extraídos de núcleos de gelo da Antártida, abrangendo um período de dois milênios. Este trabalho possibilitou uma compreensão mais aprofundada da relação entre o aumento dos níveis de dióxido de carbono (CO2) na atmosfera e a elevação das temperaturas globais. Tais descobertas foram recentemente publicadas na prestigiada revista “Nature Geoscience”, revelando que o aquecimento global induzido por atividades humanas pode atingir o patamar de 1,5°C até o final de 2023.
A pesquisa destaca a importância do “limite seguro” de 1,5°C para evitar os impactos mais severos das mudanças climáticas, uma meta estabelecida no âmbito do Acordo de Paris. A investigação se apoia em amostras de gelo que contêm bolhas de ar aprisionadas há milênios, oferecendo uma espécie de registro histórico da composição atmosférica ao longo do tempo. Ao analisar os gases presentes nessas bolhas, foi possível traçar um panorama da evolução dos níveis de CO2 e suas implicações nas temperaturas globais.
De acordo com Piers Forster, diretor do Centro Priestley para os Futuros Climáticos e autor principal do estudo, a análise dos núcleos de gelo possibilita a combinação com dados modernos, formando um registro contínuo e confiável das alterações climáticas. Forster ressalta que desde 1850 observa-se uma clara correlação linear entre as concentrações de CO2 e o aumento das temperaturas, permitindo assim uma estimativa mais precisa do impacto humano no aquecimento global.
Os resultados sugerem que o aquecimento provocado pelo ser humano já alcançou cerca de 1,49°C em relação aos níveis pré-industriais, colocando-nos perigosamente próximos do limite acordado internacionalmente. Este cenário é corroborado por dados recentes divulgados pelo observatório europeu Copernicus, que indicam a possibilidade de 2024 ser o primeiro ano em que a temperatura média global ultrapassará 1,5°C acima dos níveis pré-industriais.
Contudo, enquanto o estudo publicado na Nature baseia-se nos registros dos núcleos de gelo antárticos, o relatório do Copernicus não utiliza essas informações em suas análises. Forster alerta para a necessidade urgente de políticas robustas e cooperação internacional para controlar qualquer eventual transgressão deste limite e mitigar seus efeitos adversos através de estratégias adaptativas eficazes.
A pesquisa sublinha a urgência na implementação de ações climáticas firmes para garantir que os compromissos globais sejam cumpridos e os impactos das mudanças climáticas sejam minimizados.