Mulheres pretas e pardas são as que menos fazem exame preventivo de câncer de colo de útero

ONG ImpulsoGov observou dados do SISCAN referentes ao período entre janeiro de 2019 e fevereiro de 2024

  • Data: 25/03/2024 14:03
  • Alterado: 25/03/2024 14:03
  • Autor: Redação
  • Fonte: Assessoria
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Crédito:Divulgação/Freepik

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Nos últimos cinco anos, mulheres pretas e pardas tiveram menos acesso a exames preventivos de câncer de colo de útero pelo SUS (Sistema Único de Saúde), segundo análise da ImpulsoGov, ONG que ajuda governos a aprimorarem serviços de saúde pública. A informação é divulgada durante o Março Lilás, mês de conscientização sobre a prevenção contra a doença.

A ONG examinou dados públicos do SISCAN (Sistema de Informação do Câncer) referentes ao período entre janeiro de 2019 e fevereiro de 2024. Os resultados mostraram que as pessoas pretas e pardas representaram 23,2% do total com acesso ao exame, enquanto as pessoas brancas foram 43,1%.

A análise considerou a proporção desses grupos raciais na população em geral. De acordo com o Censo 2022 do IBGE (instituto brasileiro de geografia e estatística), 10,2% dos brasileiros são pretos, 45,3% são pardos e 43,5% são brancos.

A ImpulsoGov ainda observou que as pessoas indígenas, que correspondem a 0,6% da população brasileira, são 0,6% das pessoas examinadas no período. Já a população amarela, que representa 0,4% do país, correspondeu a 33% das pessoas que tiveram acesso ao exame.

Segundo João Abreu, cofundador e diretor-executivo da ONG, um dos grandes desafios para os profissionais de saúde pública no combate ao câncer de colo de útero, altamente evitável, é saber quem são as pessoas que estão com o exame preventivo atrasado.

“Os dados estão disponíveis, mas são de difícil acesso no dia a dia de trabalho. Por isso, em uma das frentes de atuação da ImpulsoGov, entregamos essas informações gratuitamente, de forma descomplicada, para que os profissionais do SUS possam buscar essas pessoas e focar no que mais importa: o cuidado”, ele afirma.

O levantamento ainda mostra que a média nacional foi de 16.079,7 exames a cada 100 mil habitantes. No entanto, a distribuição geográfica é desigual: 

Estados com melhor cobertura do exame no SUS

  • Alagoas – 25.163,648 exames/100 mil habitantes
  • Santa Catarina – 25.442,814 exames/100 mil habitantes
  • Espírito Santo – 25.541,694 exames/100 mil habitantes

Estados com pior cobertura do exame no SUS

  • Amapá – 8.694,272 exames/100 mil habitantes
  • Rio de Janeiro – 7.183,751 exames/100 mil habitantes
  • São Paulo – 8.454,263 exames/100 mil habitantes

Sobre a ImpulsoGov

Fundada por João Abreu e Isabel Opice, a ImpulsoGov é uma organização não governamental e sem fins lucrativos que desenvolve ferramentas e soluções gratuitas para impulsionar o uso inteligente de dados e tecnologia no SUS, para que todas as pessoas no Brasil tenham acesso a serviços de saúde de qualidade. A ONG transforma dados existentes em informações úteis, permitindo que gestores públicos e outros profissionais de saúde meçam desafios e impactos, identifiquem vulnerabilidades, visualizem cenários e tomem decisões baseadas em evidências para melhorar continuamente as políticas públicas de saúde em seus municípios. A ImpulsoGov já apoiou mais de 100 municípios onde vivem 6 milhões de pessoas que dependem exclusivamente do SUS para ter acesso a quaisquer serviços de saúde.

Saiba mais em: https://www.impulsogov.org/

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  • Data: 25/03/2024 02:03
  • Alterado: 25/03/2024 02:03
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  • Fonte: Assessoria









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