MP mantém inquérito sobre bens de Flávio Bolsonaro
O Ministério Público Eleitoral decidiu continuar com a investigação de suspeita de lavagem de dinheiro e falsidade ideológica eleitoral de Flávio Bolsonaro
- Data: 22/05/2020 10:05
- Alterado: 22/05/2020 10:05
- Autor: Redação ABCdoABC
- Fonte: Estadão Conteúdo
MP e Caeec investigam Flavio Bolsonaro por lavagem de dinheiro e falsidade ideológica
Crédito:Edilson Rodrigues/Agência Senado
Além disso, o caso, que está nas mãos da 204ª Promotoria Eleitoral do Rio de Janeiro, passa a receber o auxílio do Grupo de Atuação Especializada no Combate à Corrupção (Gaecc), o mesmo que investiga o suposto esquema de rachadinha (quando servidores devolvem aos políticos parte dos seus salários) no antigo gabinete de Flávio na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro.
Em março, a PF havia pedido o arquivamento do inquérito que apurava se o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) mentiu ao declarar imóveis nas últimas eleições, mas a Promotoria não concordou e solicitou ajuda ao Gaecc. Isso porque as duas investigações podem se cruzar, já que o inquérito eleitoral apura se o senador mentiu ao declarar seu patrimônio nas últimas eleições de que participou.
A informação a respeito da manutenção do inquérito foi noticiada pelo jornal O Globo e confirmada pelo jornal O Estado de S. Paulo.
“O Grupo de Atuação Especializada no Combate à Corrupção do MPRJ (GAECC/MPRJ) confirma que passou a atuar no caso a partir de auxílio solicitado pela 204ª Promotoria Eleitoral e que está analisando o inquérito para adoção das medidas cabíveis”, informou o Ministério Público, por meio de nota.
Rachadinha
A investigação do Gaecc sobre o esquema de rachadinha está em estágio mais avançado. Há mais de um ano, em abril de 2019, os promotores conseguiram autorização da Justiça para fazer as primeiras quebras de sigilo bancário e fiscal dos investigados. Depois, em dezembro, chegaram a cumprir mandados de busca e apreensão.
O juiz que autorizou as medidas cautelares, Flávio Itabaiana Nicolau, é o mesmo em cujas mãos está a função de decidir sobre o que for produzido no inquérito eleitoral.
O esquema investigado teria o ex-assessor Fabrício Queiroz como operador financeiro. Homem de confiança da família Bolsonaro, ele seria o responsável por receber de volta parte do salário dos funcionários do gabinete de Flávio. O senador nega todas as acusações de irregularidades.