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Mostra de Cinema Chinês de SP busca quebra de estereótipos e preconceitos

Centro Cultural São Paulo recebe Mostra de Cinema Chinês de 6 a 15 de outubro, via Instituto Confúcio na Unesp; filmes atualizam recortes sociais após o fim da política do filho único

  • Data: 05/10/2023 16:10
  • Alterado: 05/10/2023 16:10
  • Autor: Redação
  • Fonte: Assessoria
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Cena do filme "Irmãos", de GUO Xiuzhuan

Crédito:Reprodução

Realizada desde 2015 pelo Instituto Confúcio na Unesp em parceria com a Prefeitura de São Paulo e o Centro Cultural São Paulo (CCSP), a Mostra de Cinema Chinês está na oitava edição e traz os principais lançamentos de filmes chineses, com o objetivo declarado de quebrar estereótipos e preconceitos relacionados a imagens cristalizadas do país asiático nas populações ocidentais. Com pré-estreia marcada para esta quinta-feira, restrita a convidados, a mostra será realizada de 6 a 15 de outubro no CCSP e apresentará 12 produções, de documentários a obras de ficção e animação, fazendo acenos à valorização da família.

“Nós trabalhamos sobretudo para mostrar um pouco da China contemporânea, porque é muito comum associar produções chinesas com filmes épicos, de lutas e artes marciais. Ainda que sejam aspectos importantes dessa cultura, eles não a resumem, principalmente a modernidade urbana, na qual as pessoas têm uma vida muito parecida com qualquer outro país (ocidental)”, diz Luís Antonio Paulino, diretor do Instituto Confúcio na Unesp.

A seleção dos filmes e escolha do conceito da mostra, cujo tema de 2023 é “Em busca da luz”, são feitas por Shi Wenxue, mestre em Ciências do Cinema e membro do comitê de seleção da mostra competitiva do Festival Internacional de Cinema de Pequim, e Lilith Li, coordenadora do Festival Internacional de Cinema de Macau e curadora da Sydney Culture Week Series na Austrália. Ambos elaboraram o tema a partir de aspectos culturais chineses, deixando em evidência as ligações familiares, bem como a construção de sentimento entre parentes, como nos filmes ficcionais “Cordão da Vida”, que narra a jornada de um jovem que decide levar sua mãe com Alzheimer à terra natal, e “Irmãos”, uma história de amizade em família, e no documentário “Juntos pelo Mundo”, no qual pai e filho partem da província de Yunnan rumo ao Tibete.

No destaque a aspectos da vida em família, revela-se também uma escolha alinhada à necessidade do regime liderado por Xi Jinping de dialogar com a população do próprio país. Explica-se: depois de mais de três décadas de uma rigorosa política do filho único em vigor, a China passou recentemente a incentivar as famílias a terem mais filhos, com medidas como o desestímulo a abortos e o incentivo a tratamentos de fertilidade.

A busca por temas atuais na mostra é uma forma de conectar China e Brasil, isso porque permite que o público trace paralelos entre os dilemas do povo chinês e a realidade brasileira. Essa conexão entre as populações é uma das premissas que motivou a criação do festival e do próprio Instituto Confúcio na Unesp. “Buscamos sobretudo o fortalecimento das relações interpessoais, o contato de pessoa com pessoa. Para isso, é evidente que a língua é uma questão básica, mas não é a única. Talvez até mais importante que a linguagem é a compreensão mútua da cultura. No caso do cinema, acredito que seja uma das formas mais eficazes de intercâmbio cultural.” afirma Luís Paulino.

Todos os filmes da 8ª Mostra de Cinema Chinês de São Paulo são gratuitos, sendo apenas necessário chegar com uma hora de antecedência para garantir o ingresso à sessão. A programação completa dos filmes pode ser consultada no site www.mostracinema.institutoconfucio.com.br.

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  • Data: 05/10/2023 04:10
  • Alterado: 05/10/2023 04:10
  • Autor: Redação
  • Fonte: Assessoria









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