Mortes por coronavírus na China sobem para 56, com 1.975 casos
Coronavírus pode estar se fortalecendo e infecções podem aumentar, dizem autoridades chinesas; China começa a desenvolver vacina deter a infecção pelo vírus
- Data: 26/01/2020 10:01
- Alterado: 26/01/2020 10:01
- Autor: Redação ABCdoABC
- Fonte: Estadão Conteúdo
Crédito:Reprodução
O número de mortes causadas pelo novo coronavírus na China subiu para 56 e o número de pessoas infectadas mais que dobrou em relação às últimas 24h, totalizando 1.975 casos, apontou o Ministério da Saúde da China. Segundo o órgão, o país está entrando em um “estágio crucial” e “parece que a capacidade do vírus de se espalhar está ficando mais forte”.
O ministro da Saúde da China, Ma Xiaowei, se recusou a estimar quanto tempo levaria para que a situação ficasse sob controle, mas as restrições de viagens e outras medidas estritas devem trazer resultados “com menor custo e maior velocidade”, ressaltou.
Ainda na entrevista, o ministro disse que o novo coronavírus pode ter surgido em animais selvagens, apesar de isso ainda não estar claro para autoridades. Por conta disso, o país proibiu o comércio de animais silvestres em todo o território em mercados, supermercados, restaurantes e plataformas de comércio eletrônico. Qualquer local que crie animais selvagens deve ser isolado, além disso, o transporte de animais selvagens deve ser proibido, disse o comunicado.
Os esforços de contenção, que até agora incluem restrições de transporte e viagens e o cancelamento de grandes eventos, serão intensificados, disse Ma em uma coletiva de imprensa lotada no segundo dia do feriado do Ano Novo Lunar.
Na contramão, a cidade costeira chinesa de Shantou, na província de Guangdong, disse que não proibirá a entrada de carros, navios e pessoas, mas fortalecerá o controle de doenças como esforços de desinfecção, informou a mídia local STRTV, revertendo uma declaração anterior do governo, que tinha dito que impediria carros, navios e pessoas de entrar na cidade a partir de segunda-feira, 27, para ajudar a impedir a propagação do coronavírus.
Ontem, o presidente da China, Xi Jinping, chamou o surto da doença de uma situação grave e disse que o governo está intensificando os esforços para restringir viagens e reuniões, enquanto apressa para levar equipe médica e suprimentos para a cidade central da crise, Wuhan, que permanece fechada.
Enquanto isso, a disseminação da doença ao redor do mundo continua. O governo chinês relatou cinco casos em Hong Kong, dois em Macau e três em Taiwan. Um pequeno número de casos foi encontrado na Tailândia, Japão, Coreia da Sul, EUA, Vietnã, Cingapura, Malásia, Nepal, França e Austrália.
Os EUA confirmaram casos no estado de Washington, Chicago e, mais recentemente, no Sul da Califórnia. O último paciente divulgado no sábado à noite viajou de Wuhan e está isolado em um hospital e em boas condições. Enquanto isso, o Canadá afirmou ter descoberto seu primeiro caso um homem de 50 anos que estava em Wuhan antes de voar para Toronto.
No centro do surto, onde encontra-se 11 milhões de moradores, Wuhan proibiu a maioria dos veículos, incluindo carros particulares, no centro da cidade a partir deste domingo. A cidade disponibilizará 6.000 táxis aos bairros para ajudar as pessoas a se locomoverem, se necessário.
A China cortou o transporte de trens, ônibus e aviões para a cidade desde 22 de janeiro e expandiu o bloqueio para 16 cidades vizinhas que, juntas, somam mais de 50 milhões de habitantes – maior que Nova York, Londres, Paris e Moscou juntas.
Wuhan está construindo dois hospitais improvisados com cerca de 1.000 leitos cada para lidar com o crescente número de pacientes. A cidade disse que o primeiro deve ser entregue já no dia 3 de fevereiro.
VACINA
De acordo com o jornal estatal, o cientista Xu Wenbo, do Centro de Prevenção e Controle de Doenças, disse que o órgão já está desenvolvendo uma vacina contra o coronavírus “depois de isolar com sucesso a primeira cepa do vírus”.
A notícia chega em um momento em que a China está expandindo medidas de prevenção para a disseminação do vírus, como o fechamento do acesso à cidade de Shantou, no Sudeste, ou a suspensão dos serviços de ônibus interprovinciais em Pequim, Tianjin, Xian e na província de Shandong.