Miomectomia: Uma Alternativa Promissora para Pacientes com Mioma Uterino
Cirurgia de remoção de miomas uterinos preserva a fertilidade e alivia sintomas, afirma a Febrasgo
- Data: 03/09/2023 01:09
- Alterado: 11/09/2023 13:09
- Autor: Be Nogueira
- Fonte: ABCdoABC
Crédito:Pixabay
No universo da ginecologia e obstetrícia, a preservação da saúde reprodutiva das mulheres é uma preocupação constante. Recentemente, a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) destacou a importância da miomectomia como um procedimento altamente vantajoso para aproximadamente 30% das pacientes com miomas uterinos.
Os miomas uterinos são pequenos tumores, na maioria benignos, que se desenvolvem no útero, com maior incidência durante a idade reprodutiva das mulheres. Entre os sintomas mais comuns associados a esses miomas estão o sangramento intenso, aumento do volume abdominal, dor abdominal e até mesmo a infertilidade.
Além da preocupação com a doença em si, muitas mulheres sofrem em dobro por precisar considerar a possibilidade de histerectomia, que envolve a remoção completa do útero, encerrando sonhos da gestação.
A miomectomia é uma cirurgia delicada que exige conhecimento técnico especializado e cuidados precisos, mas surge como uma possibilidade da retirada apenas dos miomas, proporcionando a preservação do órgão, permitindo que as mulheres mantenham suas esperanças de conceber e levem uma vida reprodutiva saudável.
De acordo com o Dr. Thiers Soares, médico ginecologista especialista em adenomiose, endometriose e mioma, após realizar uma miomectomia, é possível passar por uma gravidez, mas existem vários fatores que interferem no sucesso gestacional de uma paciente que já realizou esse procedimento, como o método cirúrgico utilizado e o tempo de recuperação adequado antes de se iniciar as tentativas – por isso a Febrasgo incentiva a busca por informações planejadas e consultas com especialistas para que as mulheres possam tomar decisões.
Pós-operatório
Um fator importante a ser considerado é que a miomectomia gera cicatrizes no útero, formando aderências na parede do órgão, o que pode dificultar a fixação do embrião nos primeiros anos pós-cirurgia.
Depois do procedimento, o repouso é essencial, independentemente do método utilizado. Como houve uma alteração no útero, há riscos de sangramentos e complicações. A limpeza e a higienização das cicatrizes também são muito importantes, já que diminui exponencialmente o risco de infecções e contaminação.
A recuperação da miomectomia, na maioria das vezes, é tranquila, desde que a paciente siga todas as recomendações e mantenha um contato ativo com o seu médico. Durante os três meses seguintes é preciso evitar esforço físico intenso, como carregar peso, abaixar e levantar e atividade física. Relações sexuais não são permitidas por pelo menos 30 dias, para evitar dores e infecções.
Tipos de Miomectomia
Miomectomia laparotomia: a laparotomia consiste em um método cirúrgico mais invasivo, em que o cirurgião responsável faz uma incisão sob o abdômen da paciente e intervém diretamente nos miomas. É realizada sob anestesia geral e é indicada quando há suspeita de malignidade ou se houver múltiplos tumores. O principal risco deste método é a hemorragia e, por isso, é a menos utilizada.
Miomectomia videolaparoscópica ou robótica: consiste em um método minimamente invasivo e que requer experiência do cirurgião responsável. Ela é feita por meio de pequenas incisões para introduzir uma microcâmera, que permite uma visão por dentro da barriga da paciente, e instrumentos para a remoção do mioma.
Entre as vantagens deste método estão menor trauma ao corpo, tempo de internação menor, recuperação mais rápida e suturas mais precisas. A operação é indicada quando os miomas estão localizados na parte externa do útero, dentro da sua musculatura.
Miomectomia por histeroscopia: é indicada para miomas submucosos, na camada interna do útero. Esse método é feito por meio da vagina, pela inserção de um aparelho com câmera acoplada. O mioma é retirado pelo mesmo canal, ou seja, o procedimento é pouco invasivo e de rápida recuperação. Contudo, essa metodologia é específica a miomas submucosos apenas.