Ministra descarta intervenção e diz que não vai faltar alimento
Os preços dos principais alimentos da cesta básica brasileira, têm apresentado forte inflação nas últimas semanas, como arroz, feijão, leite, carne e óleo de soja
- Data: 09/09/2020 13:09
- Alterado: 09/09/2020 13:09
- Autor: Redação ABCdoABC
- Fonte: Estadão Conteúdo
Arroz
Crédito:Marcelo Camargo/Agência Brasil
Há registros de crescimento de mais de 100% nas gôndolas de supermercados. Apesar disso, a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, disse que o governo não fará nenhum tipo de intervenção em preços de mercado.
“O setor supermercadista tem sofrido forte pressão de aumento nos preços de forma generalizada repassados pelas indústrias e fornecedores. Itens como arroz, feijão, leite, carne e óleo de soja com aumentos significativos”, declarou a Abras, entidade que reúne os supermercados,
Para a associação, isso se deve ao aumento das exportações desses produtos e sua matéria-prima e a diminuição das importações desses itens, motivadas pela mudança na taxa de câmbio, que provocou uma forte valorização do dólar frente ao real. Somam-se a isso a política fiscal de incentivo às exportações e o crescimento da demanda interna impulsionada pelo auxílio emergencial.
Na semana passada, a Abras, que representa 27 associações estaduais afiliadas, afirmou que “vê essa conjuntura com muita preocupação, por se tratar de produtos da cesta básica da população brasileira”.
Ao Estadão, Tereza Cristina afirmou ontem que não há nenhum risco de desabastecimento desses produtos para o consumidor brasileiro, e que o governo monitora em tempo real a situação do mercado. “Estamos vivendo uma situação de transição, é uma questão pontual e que vai passar. O governo não vai fazer nenhuma intervenção em preços de mercado, o que estamos fazendo é monitoramento constante”, disse à reportagem.
Hoje, representantes da Abras, têm reunião com o governo, em Brasília, para discutir o assunto. A associação deve apresentar um panorama geral sobre a inflação dos alimentos e tratar de eventuais medidas que possam reduzir o preço dos produtos nas gôndolas. A expectativa é de que o encontro reúna representantes do Ministério da Economia, Agricultura e Palácio do Planalto.
Sem risco
Tereza Cristina disse que deverá haver a nova acomodação de preços dos alimentos. Ela comentou que o governo tem analisado a situação dos estoques de cada região que está atento às necessidades.
“Há um conjunto de fatores. Não se trata apenas de aumento de exportação. Houve aquecimento interno, por causa do auxílio emergencial. As pessoas passaram a comprar mais, porque houve uma mudança de hábito, mas haverá uma acomodação”, disse a ministra.
Na avaliação do Ministério da Agricultura, os preços tendem a cair nos próximos meses. “Assim como já aconteceu com o leite, que subiu e depois caiu, os preços tendem a se acomodar.” A ministra lembrou que houve uma safra recorde neste ano e que, apesar do aumento das exportações, não há risco de faltar alimento neste ano e no próximo.
Alimentos com alta expressiva no ano
manga: 61,63%
cebola: 50,40%
abobrinha: 46,87%
tainha: 39,99%
limão: 36,56%
morango: 31,99%
feijão-preto: 28,9%
leite longa vida: 22,99%
arroz: 19,25%