Mestres da Xilogravura têm exposição exclusiva no MAP
Total de 36 obras inéditas do acervo, de 13 artistas plásticos do segmento, estará na mostra
- Data: 06/06/2012 01:06
- Alterado: 06/06/2012 01:06
- Autor: Jariza Rugiano
- Fonte: SECOM Diadema
Crédito:
O MAP (Museu de Arte Popular) de Diadema reserva espaço para a exposição “Mestres da Xilogravura”, segmento artístico que faz parte da primeira etapa de aquisição do lugar, de 2009. A mostra tem início no próximo dia 14 (quinta-feira), às 19h e permanece aberta à visitação até 30 de junho, de terça a sexta-feira, das 10h às 19h, e sábado, das 13h às 18h.
Um total de 36 obras inéditas do acervo estará disponível no local para apreciação do público. Os trabalhos são de 13 artistas da região Nordeste, como os Estados do Ceará, Paraíba e Pernambuco. Os mestres são Abraão Batista, José Costa Leite, Francorli, Givanildo da Silva, J. Borges, os irmãos Jerônimo e Marcelo Soares, José Lourenço, Lira Nordestina (Cícero Lourenço e Airton Laurindo), Nilo, Stênio Diniz e Valdeck de Garanhuns. Como extensão da xilogravura, o MAP mantém uma coleção de 150 cordéis, escritos e ilustrados por alguns deles, como Costa Leite e J. Borges.
Abraão Batista – Não só a xilogravura, mas o cearense também empresta ou talento à poesia, com mais de 100 títulos de literatura cordel publicados. Ele trabalha com o fantástico e o imaginário popular expressos em traços fortes e expressionistas. “Seca VI” é uma das obras que poderão ser conferidas na exposição.
Costa Leite – Aponta contrastes, retratando lutas diante de figuras míticas, com personagens do convívio real até figuras lendárias, com influência dos contos nordestinos e autos populares.
Francorli (Francisco Lima) – Com forte expressão regional, sua obra exemplifica o cotidiano do sertanejo e da religiosidade popular. As cenas abordam o trabalho e a contradição do sol, como castigo e como fonte de vida em solo árido.
Givanildo – As cores estão presentes na xilogravura do artista pernambucano, que tem como inspiração principal o convívio familiar e a troca de experiência com J. Borges. Seus desenhos expressam desde festejos até críticas sociais.
J. Borges (José Francisco Borges) – Apenas pelas imagens consegue narrar contos fantásticos e histórias verídicas. O colorido das ilustrações é ao mesmo tempo representativo, como “O Monstro do Sertão”, simbolizado pelo sol.
Jerônimo Soares – Nasceu em Esperança (PB) e nos últimos anos passou a viver em Diadema. Une traços ao pontilhado, dando efeito especial a madeira. Além disso, ele relaciona troncos e folhas das árvores ao renascer, como simbolismo da vida. Ao conhecer o cotidiano urbano utilizou das novas visões e perspectivas em suas montagens, como por exemplo, na obra “Passeio na Favela”.
Marcelo Soares – Mostra mulheres com traços suaves em cenário como parte secundária do processo de criação. Rendeiras e cantadoras são algumas das figuras compostas em retrato. “Casamento Matuto” é um de seus trabalhos mais conhecidos. Outro material que utiliza como “papel” é a cerâmica, em formatos menores. Ele e o irmão Jerônimo são filhos do poeta popular José Soares.
José Lourenço – Responsável pela Lira Nordestina, a mais antiga gráfica de cordel nacional de que se tem registro, ele faz uma releitura do tradicional álbum de fotos para a madeira, com desenhos de personalidades como “Patativa e Gonzagão”, nome de uma das artes.
Lira Nordestina (Cícero Lourenço e Airton Laurindo) – Os objetos em proporções menores dos dois artistas mostram a luta da família sertaneja para se manter e as dificuldades que enfrentam com a ajuda da fé. “O Pagador de Promessas” representa tais características. A Lira Nordestina como gráfica de cordel foi criada nos anos 1930 pelo poeta José Bernardo da Silva, avô de Stênio Diniz, um dos contribuintes com o acervo do MAP.
Nilo (José Marcionilo Pereira Filho) – Utiliza o formato de círculos para suas gravuras de persongens-signos com o branco como cor predominante, deixando o padrão fixo retangular e quadrado.
Stênio Diniz – O próprio considera as obras realistas mágicas, com o objetivo de passar mensagens e críticas por meio de comparações entre vida e morte, justiça e injustiça encaradas pelos sertanejos.
Valdeck de Garanhuns – Participa com três obras, de 1,55m cada uma. Valdeck se divide entre as funções de desenhista, poeta, compositor, ator, artista plástico, contador de histórias, arte educador e atuante no teatro popular de rua. Nas gravuras trabalha com lendas brasileiras que se misturam aos homens e bichos, resultando em mitologia nativa.
O MAP passou por três períodos de aquisição. O primeiro, em 2009, foi dominado por xilogravuras. Já no segundo e terceiro processo prevaleceram, respectivamente, obras tridimensionais adquiridas em 2010 e pinturas Naïf em 2011. Inaugurado em outubro de 2007, o lugar já computava 395 peças iniciais de artistas populares com destaque pelo país, como Waldomiro de Deus, Odon Nogueira e Conceição Silva. O Museu surgiu a partir do projeto “Redes de Ponto de Cultura”, concebido pelo governo federal, por meio do MinC (Ministério da Cultura). É um dos pontos de cultura de Diadema, entre os 30 existentes no município.
Serviço:
Exposição “Mestres da Xilogravura”
Data: Abertura no dia 14/6, quinta-feira, às 19h
Período para visitação: até dia 30/6, de terça a sexta-feira, das 10h às 19h, e sábado, das 13h às 18h
Local: MAP (Museu de Arte Popular) de Diadema
End.: Rua Graciosa, 300- Centro – Tel.: 4051-5408