Maioria das mulheres já presenciou ou foi vítima de preconceito e discriminação
O levantamento do Observatório FEBRABAN constata que as ocorrências contra mulheres no transporte só não foram maiores do que as que acontecem na rua
- Data: 16/03/2022 12:03
- Alterado: 17/08/2023 07:08
- Autor: Redação
- Fonte: FEBRABAN
ônibus
Crédito:Arquivo - Agência Brasil
Divulgada este mês, a pesquisa Mulheres Preconceito e Violência, do Observatório FEBRABAN, pesquisa FEBRABAN-IPESPE, revelou que 56% das mulheres já presenciaram ou foram vítimas de preconceito ou discriminação contra o sexo feminino no transporte público.
No levantamento, ocorrências no transporte só não foram maiores do que as que acontecem na rua (67%). Elas superam os casos presenciados ou vividos no local de trabalho (42%), escolas ou universidades (39%) e festas e locais de entretenimento (56%).
A região que mais relatou casos de preconceito e discriminação contra a mulher no transporte público foi o Centro-Oeste (60%).
O levantamento Mulheres Preconceito e Violência foi realizado entre os dias 19 de fevereiro a 2 de março, com 3 mil mulheres nas cinco regiões do país. Ele traça um amplo quadro desse problema no país e se alinha aos esforços de investigar a situação das mulheres brasileiras e de combater o preconceito e a violência. É superlativa a impressão, no levantamento, de que os casos de violência contra a mulher aumentaram durante a pandemia da Covid-19.
“O levantamento mostra que, apesar de a sociedade brasileira ter avançado muito nos últimos anos, ainda temos muitos desafios a suplantar em relação à diversidade e igualdade de gêneros”, diz Isaac Sidney, presidente da FEBRABAN. “Não podemos pensar em desenvolvimento e crescimento social e econômico nos próximos anos sem combater esse tipo de mazela e sem incentivarmos políticas e ações afirmativas que eliminem essas diferenças.”
Caracterizando a violência contra a mulher no Brasil, quase oito em cada dez respondentes indicam a casa como o lugar onde as situações de violência, ameaça e assédio ocorrem com mais frequência e sete em cada dez citam pessoas próximas ou conhecidas – atuais ou antigos cônjuges, companheiros e namorados — como principais agressores.
“Se esse quadro, por si só, já evidencia a situação de vulnerabilidade a que as mulheres estão expostas, ele se agrava quando metade declara que as vítimas não procuram ajuda ou não denunciam. E isso acontece em função do medo, principalmente de represália ou perseguição, e também de serem desacreditadas”, aponta o sociólogo e cientista político Antonio Lavareda, presidente do Conselho Científico do IPESPE.