Maior iceberg do mundo, volta a se mover após décadas parado

Estrutura colossal de gelo, com área três vezes maior que São Paulo, segue em direção ao norte do Oceano Antártico e pode se fragmentar em águas mais quentes

  • Data: 17/12/2024 18:12
  • Alterado: 17/12/2024 18:12
  • Autor: Redação
  • Fonte: Terra
Maior iceberg do mundo, volta a se mover após décadas parado

Crédito:Divulgação/Freepik

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O iceberg A23a, considerado o maior do mundo, está em movimento novamente e se dirige para o norte do Oceano Antártico. A atualização sobre sua trajetória foi divulgada pelo British Antarctic Survey (BAS), que acompanha de perto as movimentações dessa colossal estrutura de gelo.

Após décadas preso ao fundo do Mar de Weddell, na Antártica, e anos girando lentamente em torno de um ponto fixo, o A23a finalmente se libertou da sua posição ao norte das Ilhas Orkney do Sul. Com dimensões que superam três vezes a área da cidade de São Paulo e um peso estimado em quase 1 trilhão de toneladas, esse iceberg desprendeu-se da plataforma de gelo Filchner-Ronne em 1986. Desde então, permaneceu imobilizado até iniciar sua lenta jornada em 2020.

A movimentação do A23a enfrentou dificuldades nos últimos meses devido a um fenômeno oceanográfico conhecido como coluna de Taylor. Este processo cria um cilindro de água rotacionando sobre montanhas submersas, o que manteve o iceberg preso em um único ponto durante um tempo prolongado.

Com a retomada do movimento, especialistas acreditam que o A23a seguirá a Corrente Circumpolar Antártica, a principal corrente marítima da região. Este trajeto deve levá-lo em direção à ilha subantártica da Geórgia do Sul, onde encontrará águas mais quentes. O aumento das temperaturas nas proximidades pode provocar a fragmentação do iceberg em blocos menores, até seu eventual derretimento completo.

O oceanógrafo Andrew Meijers, do BAS, expressou sua curiosidade quanto ao futuro trajeto do A23a. “Estamos ansiosos para observar se ele seguirá o mesmo caminho de outros grandes icebergs que se desprenderam da plataforma de gelo da Antártica. É fundamental também entender o impacto que isso terá no ecossistema local”, afirmou Meijers em entrevista ao site Deutsche Welle.

A bióloga Laura Taylor complementou que a análise das amostras das águas oceânicas será crucial para determinar que tipo de vida poderá surgir ao redor do A23a e como isso influenciará a presença de carbono nos oceanos.

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  • Data: 17/12/2024 06:12
  • Alterado:17/12/2024 18:12
  • Autor: Redação
  • Fonte: Terra









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