Luiza Trajano lança movimento pró-vacinação contra covid-19 nesta terça-feira

Ao contrário de mobilizações anteriores que visavam a imunização de funcionários, objetivo agora é agilizar a vacinação no setor público; Whirlpool, Gol e Suzano estariam entre apoiadores

  • Data: 08/02/2021 18:02
  • Alterado: 08/02/2021 18:02
  • Autor: Redação ABCdoABC
  • Fonte: Estadão Conteúdo
Luiza Trajano lança movimento pró-vacinação contra covid-19 nesta terça-feira

Luiza Trajano

Crédito:Ana Catarina/Divulgação

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A empresária Luiza Trajano, do Magazine Luiza, vai lançar nesta terça-feira, 9, um amplo movimento empresarial visando a agilização da vacinação da população brasileira contra a covid-19 como ferramenta de reativação da economia. Ao contrário de mobilizações anteriores de empresas, que visavam à imunização de funcionários, este grupo será focado na vacinação via rede pública, respeitando os grupos prioritários definidos pelo Ministério da Saúde. A meta é ajudar a reduzir os “gargalos” para agilizar a compra, o transporte, a distribuição e a aprovação de imunizantes no País, mas sem fazer aquisição direta de vacinas.

Neste momento, o grupo envolvido na criação está terminando de angariar nomes para apoiar a campanha, que terá forte movimento de divulgação, mas a ideia é que seja uma frente ampla, que incluirá empresários e entidades de classe. A ideia é pregar a vacinação de uma parte significativa da população – entre 60% e 70% – até setembro. Segundo apurou a reportagem, líderes de empresas como Suzano, Gol, Whirlpool e Volkswagen já teriam aderido à mobilização de Luiza Trajano. O Instituto de Desenvolvimento do Varejo (IDV), que Luiza já presidiu, também estaria no barco.

Todo o setor produtivo, envolveu uma pessoa próxima às conversas entre os empresários, acredita que a questão da vacinação está caminhando muito lentamente no País. O Brasil, até o fim de semana, havia vacinado 3,5 milhões de pessoas com a primeira dose dos imunizantes Coronavac e AstraZeneca.  Conforme mostrou reportagem do Estadão, no ritmo atual de vacinação, no ritmo em que a vacinação contra a covid-19 é conduzida no Brasil, o País levaria mais de quatro anos para ter toda a sua população imunizada.

O cálculo é do microbiologista da Universidade de São Paulo (USP) Luiz Gustavo de Almeida. Ele lembrou que, durante a campanha de vacinação contra a gripe em março do ano passado, já em plena pandemia do novo coronavírus, os brasileiros vacinavam até 1 milhão de pessoas por dia. Atualmente, a média de imunizações diárias é de um quinto disso, 200 mil pessoas.

Compra direta

Há duas semanas, um movimento liderado pelo grupo Coalização Indústria, da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), anunciou que estava negociando vacinas diretamente com fornecedores, com o objetivo de usar parte dos imunizantes para vacinar seus funcionários e a outra parte para doar para o Sistema Único de Saúde (SUS). No entanto, duas das fontes de doses citadas pelo grupo, a AstraZeneca e o fundo BlackRock, negaram que as negociações estariam em curso.

O intuito do grupo angariado por Luiza, no entanto, seria outro. Na última semana, conforme informou uma fonte próxima à organização do grupo, os empresários foram divididos em linhas de trabalho, com cada uma delas analisando os passos necessários para que a vacine chegue à população. Em um dos grupos, foi analisada a disponibilidade de vacinas. E a conclusão de um empresário ouvido pelo Estadão é de que, sim, há imunizantes suficientes para o País vacinar entre 60% e 70% da população até setembro.

Além das compras já firmadas com a Sinovac, para importação e fabricação local da Coronavac, e do acordo com a AstraZeneca, a fonte afirmou que há também negociações com a Pfizer, a Jansen (da Johnson & Johnson) e a Sputnik em curso. Caso as amarras regulatórias, de transporte e de fornecimento dessas doses possa ser destravada com a ajuda da iniciativa privada, os envolvidos no grupo garantem que haverá doses suficientes.

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  • Data: 08/02/2021 06:02
  • Alterado:08/02/2021 18:02
  • Autor: Redação ABCdoABC
  • Fonte: Estadão Conteúdo









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