Lira cobra Pazuello por ‘soluções’, mas nega pressão para saída de ministro
Nos bastidores, o Centrão, grupo liderado por Lira, tenta reaver o comando Ministério da Saúde; ministro no governo Temer, Ricardo Barros é cotado para o cargo
- Data: 18/01/2021 13:01
- Alterado: 18/01/2021 13:01
- Autor: Redação ABCdoABC
- Fonte: Estadão Conteúdo
Lira
Crédito:Najara Araújo/Câmara dos Deputados
Candidato à presidência da Câmara com apoio de Bolsonaro, o deputado Arthur Lira (PP-AL) cobrou o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, por soluções para a vacinação contra a covid-19, mas negou que a declaração tenha como objetivo a saída do general.
Nos bastidores, o Centrão, grupo liderado por Lira, tenta reaver o comando da pasta, que tem um dos maiores orçamentos da Esplanada dos Ministérios. Um dos nomes cotados para assumir o lugar de Pazuello é o do atual líder do governo na Câmara, deputado Ricardo Barros (PP-PR), que foi ministro da Saúde na gestão de Michel Temer.
“Se houver críticas ao ministro Pazuello, nós vamos fazê-lo, como fiz aqui; tem de apresentar soluções de logística, tem de cuidar da temática de não deixar faltar insumos e nem vacinas para o Brasil. Tem (também) de tratar junto do Ministério de Relações Exteriores, no tratamento com Índia e China. Essas pontuações a gente faz porque é nossa obrigação fazer. A população acredita no seu parlamentar para solucionar”, disse Lira em entrevista em um hotel de Brasília na manhã desta segunda-feira.
Após São Paulo dar o pontapé inicial da vacinação contra a covid-19, Pazuello vinha sendo criticado pela demora do governo federal em levar as doses de imunizantes para o restante do País. Em entrevista na manhã de hoje em Guarulhos (SP), o ministro antecipou para hoje o início da campanha em todos os Estados – inicialmente a previsão era começar só na quarta-feira, 20. Segundo Lira, no entanto, o Centrão acaba sendo culpado pelas críticas.
“Vamos deixar claro: toda hora que se quer atirar uma pedra, tem uma vidraça e quem atira a pedra é o Centrão, não é isso? Ninguém está tratando desse assunto, nós estamos tratando de assunto de pandemia e tem de ser uma coisa de muito respeito e preocupação de todos os parlamentares”, disse Lira.
O candidato do Progressistas defendeu o Sistema Único de Saúde (SUS) e disse que, na Câmara, um grupo de estudos poderá fazer uma avaliação critica do sistema. “É muito importante o respeito ao SUS no Brasil”, disse.
Lira afirmou que o Ministério da Saúde precisa resolver questões burocráticas para evitar falta de vacina no País. Por outro lado, criticou o governador de São Paulo, João Doria, por “passar na frente de todos os governadores e prefeitos” ao iniciar a vacinação no Estado. “Qualquer vacina, seja de onde for, que tiver homologação ou certificação da Anvisa, deve ser usada e comprada independentemente de ideologia ou de país”,afirmou Lira. “Não devemos nesse momento fazer a politização da vacina. Não defendo radicalismos e nem posições abruptas de ninguém.”
O parlamentar evitou comentar sobre a postura do presidente Jair Bolsonaro em relação à vacina. “Qualquer vacina, seja de onde for, que tiver homologação ou certificação da Anvisa (Agência de Vigilância Sanitária) deve ser usada e comprada independente de ideologia ou de pensamentos”, disse Lira.