Kiev tenta restabelecer fornecimento de energia após bombardeios russos
Centrais devem voltar a fornecer energia a um país que se prepara para um inverno rigoroso
- Data: 25/11/2022 16:11
- Alterado: 25/11/2022 16:11
- Autor: Redação ABCdoABC
- Fonte: Estadão Conteúdo
Crédito:Reprodução
Cerca de metade dos habitantes de Kiev continua sem energia elétrica nesta sexta-feira, 25, dois dias depois que a Rússia voltou a bombardear infraestruturas estratégicas deixando milhões de ucranianos sem luz em meio ao frio. Três centrais nucleares foram reconectadas à rede elétrica depois de um corte na quarta-feira (23) provocado pelos bombardeios russos. As centrais devem voltar a fornecer energia a um país que se prepara para um inverno rigoroso.
A estratégia de Moscou de bombardear a infraestrutura energética implementada a partir de outubro após vários reveses militares, foi denunciada como “crime de guerra” pelos aliados ocidentais da Ucrânia e como “crime contra a humanidade” pelo presidente ucraniano Volodymyr Zelensky.
Nesta sexta-feira, engenheiros ucranianos continuavam consertando os danos causados pelos bombardeios russos de quarta-feira, que deixaram habitantes sem eletricidade durante toda a quinta-feira, 24, especialmente na capital. “Um terço das casas em Kiev já tem aquecimento, especialistas continuam restabelecendo o fornecimento na capital. Metade dos consumidores ainda está sem eletricidade”, informou o prefeito da capital, Vitali Klitschko.
“Ao longo do dia, as empresas de energia planejam conectar a eletricidade de todos os consumidores em alternância”, acrescentou, à medida que a temperatura se aproxima de 0ºC.
O presidente do conselho de administração da operadora nacional de eletricidade Ukrenergo, Volodimir Kudriski, considerou que o sistema energético ucraniano “passou pelo momento mais difícil” após o ataque. A eletricidade foi parcialmente restaurada nas regiões ucranianas e “o sistema de energia está conectado novamente ao sistema de energia da União Europeia”, informou.
“Depois dos bombardeios russos, o sistema foi destruído, mas foi restaurado em 24 horas”, afirmou o assessor presidencial Mikhailo Podoliak, que acrescentou: “Sim, é uma situação difícil e sim, isso pode acontecer novamente. Mas a Ucrânia consegue enfrentar isso”.
Diante dos ataques russos, os aliados ocidentais de Kiev forneceram sistemas de defesa antiaérea, mas o governo ucraniano pode precisar de mais para lidar com os mísseis e drones de Moscou.
A Rússia garante que visa apenas a infraestrutura militar e acusou a defesa antiaérea ucraniana dos apagões. O Kremlin sustenta que a Ucrânia poderia acabar com o sofrimento de sua população se concordasse com as exigências da Rússia.
Na linha de frente, os combates continuam em várias áreas. Na noite de quinta-feira, um bombardeio russo na cidade de Kherson, no sul, de onde as tropas de Moscou se retiraram há duas semanas causou 11 mortes e quase 50 feridos, segundo a Presidência ucraniana.