Itaú Cultural Play recebe mostras do FIM 23 e do Forumdoc.bh
A mostra Mulheres que Norteiam, traz uma seleção da curadora do FIM, Lorenna Montenegro, para ser exibida exclusivamente na IC Play.
- Data: 23/11/2023 13:11
- Alterado: 23/11/2023 13:11
- Autor: Redação
- Fonte: Itaú Cultural Play
Crédito:Divulgação
A Itaú Cultural Play recebe nesta sexta-feira, 24 de novembro, a mostra Mulheres que Norteiam em um recorte da programação do FIM 23 – 3° Festival Internacional de Mulheres no Cinema a ser exibido unicamente na plataforma. No mesmo dia, entra em cartaz no catálogo da plataforma um recorte da programação do Forumdoc.bh 2023 – 27º Festival do Filme Documentário e Etnográfico de Belo Horizonte.
Composta por oito filmes produzidos por diretoras da região Norte do país, Mulheres que Norteiam apresenta Para ter onde ir, de Jorane Castro; Transamazonia, de Beatriz Morbach, Débora Mcdowell e Renata Taylor; Alexandrina, um relâmpago, de Keila Sankofa; Tapajós Ãgawaraitá, de Priscila Tapajowara; Praiano, Zienhe Castro e Claudio Barros; Montanha dourada, de Cassandra Oliveira; No vazio do ar, de Priscilla Brasil e Utopya, de Rayane Penha.
O recorte dp Forumdoc.bh soma seis documentários de diferentes estados brasileiros e um dos Estados Unidos. As produções fazem parte da Mostra Contemporânea Brasileira do festival mineiro, abordam temas diversos e levam ao catálogo da plataforma novidades do universo da produção documental. Os filmes permanecem no catálogo até 8 de dezembro. São eles: As divas negras no cinema brasileiro, de Vik Birkbeck e Ras Adauto; She has a Beard, de Norma Bahia Pontes e Rita Moreira; Mulheres: uma outra história, de Eunice Gutman; Maromba, de Bruno Vasconcelos e Leonardo Rosse; Ãjaí: o jogo de cabeça dos myky e manoki, de Typju Myky e André Lopes e GRIN – Guarda Rural Indígena, de Roney Freitas e co-direção de Isael Maxakali.
As produções podem ser acessadas gratuitamente em todo o país em www.itauculturalplay.com.br e dispositivos móveis Android e IOS.
Mulheres que Norteiam
O filme Para ter onde ir (PA), dirigido pela roteirista e diretora Jorane Castro, em 2016, narra o encontro de três mulheres em uma viagem para o litoral paraense. A produção incorpora as paisagens da Amazônia e trata dos sonhos, amores passados e cicatrizes de Eva, uma madura e solitária comandante de um navio. Melina, mulher jovem, livre e sem compromissos, e Keithylenny, ex-cantora de technobrega também são personagens dessa narrativa. Este é o primeiro longa-metragem feito no estado do Pará em 40 anos
No estilo road-movie, o documentário também paraense Transamazonia é dirigido por Renata Taylor, Beatriz Morbach e Débora Mcdowell. O projeto deste longa-metragem foi contemplado pelo Rumos Itaú Cultural e estreou em 2019, sendo premiado no Festival Mix Brasil, no mesmo ano. Ele revela a história de Melissa, uma mãe de 21 anos, e de Marcelly, que está desempregada aos 35 anos. Ambas são transsexuais e vivem em pontos diferentes da rodovia que dá nome do filme. A produção faz um paralelo entra a transfobia e um testemunho histórico da falsa ideia de desenvolvimento no país.
Alexandrina, um relâmpago (AM), de Keila Sankofa, torna o cinema de invenção um campo fértil de contestação ao narrar a história de Alexandrina, mulher preta da Amazônia, cuja vida e vasto conhecimento se perdem ao ser transformada em simples objeto de estudo. O filme já foi exibido em importantes festivais no país como a 32ª edição do Festival Internacional de Curtas do Rio de Janeiro e o 46º Festival Guarnicê de Cinema.
O curta-documentário paraense Tapajós Ãgawaraitá, trata da espiritualidade e o sagrado de 13 povos indígenas da região do baixo Tapajós. O filme revela a importância de passar os saberes ancestrais aos mais jovens para perpetuar a cultura e os conhecimentos sagrados. Dirigida pela ativista indígena Priscila Tapajowara em 2018, a obra também levanta reflexões sobre a importância da natureza.
Dirigido por Zienhe Castro e Claudio Barros (PA), este curta-metragem de ficção trata das relações entre homens, muitas vezes eróticas e amorosas, sublimadas ou não, tendo o futebol como centro de expressão social. Realizada em 2022, a produção faz uma reflexão sobre as reações hipócritas, quando estas relações esbarram nos interesses das famílias, sociedade e liberdade sexual.
A Montanha Dourada (AP), da documentarista Cassandra Oliveira, apresenta a realidade cruel e encantada em torno da corrida pelo ouro na Amazônia. A narrativa se constrói sobre histórias contadas de diferentes pessoas que cruzam o país para trabalhar em garimpos no Amapá.
Para compreender o que leva alguém a desejar ser piloto na Amazônia, o documentário No vazio do ar (PA), dirigido pela documentarista e produtora musical Priscilla Brasil, revela a precariedade, preconceitos e crimes que ocorrem nos céus da floresta. A obra se desdobra em relatos destes profissionais, que por vezes vivem de forma perigosa e com baixa remuneração.
Por fim, Utopya (AP), dirigido pela jornalista e cineasta Rayane Penha, faz uso de fotos, vídeos, arquivos e cartas para contar as histórias vividas por um pai garimpeiro, que morreu no exercício de sua profissão. O filme procura humanizar a trajetória destes homens que dedicam suas vidas à garimpagem da terra.
Para saber mais sobre as diretoras, acesse: fimcine.com.br/br/diretoras
Forumdoc.bh 2023
Dirigido por Vik Birkbeck e Ras Adauto, As divas negras no cinema brasileiro (RJ), apresenta entrevistas e performances de atrizes negras da televisão, do teatro e do cinema brasileiro. O filme é estrelado por atrizes de renome como Zezé Motta, Ruth de Souza, Léa Garcia, Zenaide Zen e Adele Fátima. No documentário, elas narram suas histórias de vida e carreira e contam episódios de racismo, lutas e resistência.
Tendo as ruas de Nova York como cenário principal, She has a Beard (EUA), dirigido por Norma Bahia Pontes e Rita Moreira, mostra a artista Forest Hope, uma mulher com barba que aborda pessoas para pedir sua opinião sobre pelos faciais. As respostas refletem temas como a feminilidade, padrões de beleza e a política da aparência, questões que aprisionam mulheres de maneiras diversas.
Filmado durante a redemocratização do Brasil, o documentário Mulheres: uma outra história (RJ), dirigido por Eunice Gutman, apresenta aspectos da participação das mulheres no cenário político brasileiro, após mais de duas décadas de ditatura militar. A diretora apresenta entrevistas com lideranças femininas e deputadas que atuaram na elaboração da Constituição de 1988, entre elas Benedita da Silva e Jacqueline Pitanguy.
De Bruno Vasconcelos e Leonardo Rosse, Maromba (MG) mostra a jornada coletiva de trabalho de limpeza de uma roça no Alto Jequitinhonha, no estado de Minas Gerais. Com o uso de enxadas, vários vizinhos ressoam as chamadas cantigas de roça, para exercerem o pesado trabalho de limpeza.
Ãjaí: o jogo de cabeça dos myky e manoki (MT), de Typju Myky e André Lopes, revela como funciona o Ãjãí, jogo onde somente as cabeças podem encostar na bola presente em poucos povos indígenas, entre eles os matogrossenses Myky e Manoki. O filme foi gravado e editado pelos próprios jovens indígenas para divulgar essa prática fora da aldeia.
Por fim, GRIN – Guarda Rural Indígena (MG), de Roney Freitas e co-direção de Isael Maxakali, resgata memórias sobre a formação da Guarda Rural Indígena (GRIN), durante a ditadura militar no Brasil. O filme é composto de relatos sobre as violências sofridas por parentes de um cineasta Maxakali durante esse período difícil na história do país.
Para conferir gratuitamente a mostra, acesse www.itauculturalplay.com.br.