Itaú Cultural joga luz em A Tragédia da Cultura, livro escrito por Georg Simmel em 1911

O lançamento da 21ª publicação da coleção Os Livros do Observatório, é marcado por uma conversa virtual entre o professor Teixeira Coelho e o jornalista de literatura Manuel da Costa Pinto

  • Data: 11/03/2021 15:03
  • Alterado: 11/03/2021 15:03
  • Autor: Redação
  • Fonte: Itaú Cultural
Itaú Cultural joga luz em A Tragédia da Cultura, livro escrito por Georg Simmel em 1911

Crédito:Divulgação

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O Itaú Cultural lança no dia 15 de março (segunda-feira) A Tragédia da Cultura, do sociólogo e professor alemão Georg Simmel (1858-1918), o mais novo volume da coleção Os Livros do Observatório. Neste dia, a partir das 18h, entra no ar no site da organização (www.itaucultural.org.br) uma conversa entre Manuel da Costa Pinto, jornalista e mestre em Teoria Literária, e Teixeira Coelho, professor e diretor da coleção, que assina Cultura, Grandeza Negativa, posfácio da obra, no qual traz para a atualidade o pensamento do autor sobre a construção cultural – inovador para 1911, ano do lançamento original.

A publicação é a 21ª da coleção Os Livros do Observatório. Em uma realização do Itaú Cultural e a Iluminuras, ela é composta por edições voltadas a reflexões sobre gestão, economia, políticas culturais e aos impactos da tecnologia na sociedade. Após o lançamento, também ficará disponível gratuitamente nas principais livrarias digitais.

Na conversa mediada pelo doutor em artes visuais Marcos Cuzziol, Teixeira Coelho conta que trazia A Tragédia da Cultura em sua agenda de projetos há mais de 20 anos e vê o momento como o ideal para executá-lo. “Ele é extremamente atual, especialmente no Brasil onde falar de cultura parece que não requer nenhuma preparação anterior”, observa ele.  Costa Pinto confirma: “A importância desse livro é diretamente proporcional à surpresa de não ter sido publicado antes com o destaque merecido como está tendo agora. Trata-se de um ensaio que efetivamente fala muito sobre a situação cultural contemporânea”.

Considerado por Teixeira como leitura obrigatória quem busca um caminho tanto alternativo quanto revigorante do que fazer no campo da cultura, o livro de Simmel mostra como os conteúdos culturais seguem uma lógica independente de seus fins. Para o autor, o distanciamento entre essas duas pontas pode crescer mesmo sem que o percurso do sujeito esteja em condições de descartá-los por terem-se tornado quantitativa e qualitativamente inadequados.

“Hoje, a gente vê, por exemplo, uma criação de métricas para a localização da origem da produção cultural ou a participação de grupos sociais ou de temáticas determinadas dentro de uma produção literária”, observa Costa Pinto. “Com isso, a gente reduz o produto cultural a algo que pode ser quantificável. A quantificação da cultura faz com que a gente perca justamente o seu traço inicial, o de responder uma demanda subjetiva de exteriorizar realidades espirituais objetivadas, como diz o Simmel, e que transformam a cultura em mais um artefato de um mundo em que tudo é intercambiável”, conclui ele.

Professor das universidades de Berlim e Estrasburgo, Simmel publicou diversas obras de relevância para os estudos da cultura, entre elas Filosofia do DinheiroA metrópole e a vida mental entre outros inéditos em português. No entanto, ele continua pouco estudado no Brasil e outros países, devido sua orientação marxista heterodoxa, que o colocou em um segundo plano na dimensão acadêmica. Simmel foi longe ao entender a cultura como um processo de cultivo do indivíduo mediante o intermédio de formas externas objetivadas ao longo da história.

Sobre os convidados do lançamento

Teixeira Coelho é diretor da Coleção Os Livros do Observatório e foi diretor acadêmico das 11 turmas do Curso de Especialização em Gestão Cultural do Itaú Cultural com a Universidade de Girona. Coordena um grupo de estudos sobre Culturas Computacionais no Instituto de Estudos Avançados da Universidade de São Paulo – USP. Seu livro de ensaio mais recente é eCultura, A Utopia Final (Inteligência artificial e Humanidades), lançado pela Coleção Os Livros do Observatório, e prepara para lançar em 2021 Sinais e Maravilhas (Arte & Cultura na Era Digital). Seu texto de ficção mais recente é Puro Gesto.

Manuel da Costa Pinto é jornalista, mestre em teoria literária pela USP, autor dos livros Paisagens Interiores, Literatura Brasileira Hoje e Albert Camus – Um Elogio do Ensaio. É curador do Oceanos – Prêmio de Literatura em Língua Portuguesa, co-realizado pelo Itaú Cultural, e apresentador dos programas Arte 1 ComTexto e Dois Pontos – realizado em parceria entre Itaú Cultural e o canal Arte 1.

Marcos Cuzziol é doutor em artes visuais, desenvolvedor de games, organizador de exposições de arte e tecnologia, foi gerente do Núcleo do Observatório Itaú Cultural até dezembro de 2020.

SERVIÇO
Lançamento de A Tragédia da Cultura

Dia 15 de março (segunda-feira)

A partir das 18h no site do Itaú Cultural: www.itaucultural.org.br

Com interpretação em Libras e legenda.

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  • Data: 11/03/2021 03:03
  • Alterado:11/03/2021 15:03
  • Autor: Redação
  • Fonte: Itaú Cultural









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