Inflação desacelera em janeiro, mas mercado projeta novas pressões
Dados do IBGE mostram desaceleração, mas aumento de juros e alta no diesel preocupam o mercado financeiro
- Data: 11/02/2025 09:02
- Alterado: 11/02/2025 09:02
- Autor: Redação
- Fonte: IBGE
Dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta terça-feira (11) indicam que a inflação desacelerou em janeiro. O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) registrou um aumento de 0,16% em comparação ao mês anterior, apresentando uma ligeira queda em relação à mediana das previsões feitas por economistas consultados pela Bloomberg, que era de 0,17%.
No acumulado dos últimos doze meses, a inflação ficou em 4,56%. Embora esse número ainda ultrapasse o teto da meta estabelecida pelo Banco Central, que é de 4,5%, ele está abaixo da expectativa do mercado, que previa um índice de 4,58%.
Aumento de juros e alta no diesel pressionam cenário econômico
Em uma tentativa de controlar a inflação fora da meta, o Banco Central decidiu aumentar a taxa básica de juros de 12,25% para 13,25% ao ano no mês passado. Essa medida é parte da estratégia para conter a pressão inflacionária sobre a economia brasileira.
Outro fator que contribuiu para a redução das pressões inflacionárias foi a desvalorização do dólar em janeiro, que caiu 5,3% após ter ultrapassado R$ 6,20 em dezembro. Essa diminuição na cotação da moeda americana pode ajudar a amenizar os custos dos produtos importados e impactar positivamente os preços internos.
No entanto, as perspectivas para fevereiro não são tão otimistas. Espera-se que o IPCA seja pressionado pelo aumento superior a 6% no preço do diesel nas refinarias da Petrobras e pelas mudanças na alíquota do ICMS sobre combustíveis. O preço médio dos combustíveis no Brasil atingiu R$ 6,35 na primeira semana de fevereiro, o maior valor registrado desde o início do governo Luiz Inácio Lula da Silva, quando ajustado pela inflação.
Além disso, conforme os dados da última pesquisa Focus, economistas projetam que o IPCA deverá subir para 5,58% em 2025, superando em mais de um ponto percentual o limite máximo da meta estabelecida pelo Banco Central.