Idosos devem ser maior parcela da população em 2070, com quase 4 de cada 10 brasileiros
Segundo o IBGE, as pessoas com 60 anos ou mais representavam 15,6% da população em 2023
- Data: 22/08/2024 12:08
- Alterado: 22/08/2024 12:08
- Autor: Redação
- Fonte: LEONARDO VIECELI - FOLHAPRESS
Idoso
Crédito:Marcelo Camargo - Agência Brasil
Os idosos devem chegar a quase 38% da população do Brasil em 2070, apontam novas projeções do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgadas nesta quinta-feira (22).
Trata-se de um dos sinais do processo de envelhecimento do país, que tende a ser intensificado nas próximas décadas. Segundo o IBGE, as pessoas com 60 anos ou mais representavam 15,6% da população em 2023. A proporção tende a saltar a 37,8% em 2070.
Em termos absolutos, o número de habitantes com 60 anos ou mais deve mais do que dobrar. A expectativa é sair de quase 33 milhões em 2023 para 75,3 milhões em 2070.
Assim, o grupo dos idosos deve se tornar o mais representativo da população, acima das camadas de 40 a 59 anos (25,6%), de 25 a 39 anos (15,5%), de 0 a 14 anos (12%) e de 15 a 24 anos (9,2%) no ano final das projeções.
De 2023 para 2070, o número total de habitantes no Brasil tende a recuar de 211,7 milhões para 199,2 milhões, diz o IBGE.
“A gente vê uma mudança de composição bem nítida ao longo desse horizonte das projeções, passando de um país jovem para um país mais velho”, disse Marcio Minamiguchi, gerente de projeções e estimativas populacionais do instituto.
O percentual de crianças e adolescentes de 0 a 14 anos, por sua vez, tende a diminuir de 20,1% em 2023 para 12% em 2070.
No ano passado, o grupo mais representativo era o da faixa etária de 40 a 59 anos (26,2%), seguido pelos habitantes de 25 a 39 anos (23,3%), de 0 a 14 anos (20,1%), de 60 anos ou mais (15,6%) e de 15 a 24 anos (14,8%).
O envelhecimento da população traz uma série de consequências para o país. Mais tempo de vida sinaliza uma evolução nos tratamentos de saúde e bem-estar, o que é celebrado por especialistas.
A dinâmica demográfica, contudo, tende a pressionar as despesas da previdência e deve desafiar o crescimento da economia ao possivelmente reduzir a força de trabalho.
Outros indicadores das projeções do IBGE ilustram a perspectiva de envelhecimento no Brasil. A idade mediana, por exemplo, deve subir de 34,8 anos em 2023 para 51,2 anos em 2070. A estatística separa a metade mais jovem da metade mais velha da população.
Em 2023, o Rio Grande do Sul (37,8 anos) e o Rio de Janeiro (37,3 anos) tinham as maiores idades medianas, segundo o IBGE. Roraima apresentava a menor (26,8 anos).
Em 2070, a expectativa é de uma “convergência” para patamares mais elevados, segundo Minamiguchi. A expectativa é de que a maior idade mediana seja registrada no Distrito Federal (53,3 anos) e a menor, em Mato Grosso (44,8 anos).
O IBGE também divulgou o índice de envelhecimento, que mede o número de idosos de 60 anos ou mais para cada grupo de cem crianças e adolescentes de 0 a 14 anos. No Brasil, essa medida deve saltar de 77,6 em 2023 para 316,2 em 2070.
Em 2023, os maiores índices de envelhecimento foram registrados por Rio Grande do Sul (112,1) e Rio de Janeiro (101,1). O menor foi verificado em Roraima (27,6).
No caso de 2070, o Distrito Federal tende a mostrar a maior marca (368,4), e Mato Grosso, a menor (203,1).