Huawei provoca EUA durante visita de secretária à China e lança celular 5G

Um teste em especial, a engenharia reversa realizada em vídeo pelo influenciador de tecnologia chinês Lou Bin, do canal Wekihome, mostrou que o Mate 60 Pro alcançou velocidade para 5G

  • Data: 31/08/2023 17:08
  • Alterado: 31/08/2023 17:08
  • Autor: Redação
  • Fonte: Nelson de Sá/FOLHAPRESS
Huawei provoca EUA durante visita de secretária à China e lança celular 5G

Crédito:Divulgação

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A gigante chinesa de tecnologia Huawei lançou seu novo smartphone, o Mate 60 Pro, dizendo ser o mais potente que já produziu, sem detalhar especificações. Testes indicaram que usa chip mais avançado, com velocidade para sustentar conexão 5G.

Jornais como o taiwanês Digitimes, referência na cobertura de tecnologia, afirmam que contém “de fato um SoC [chip que integra vários componentes] qualificado para 5G” e até segue a tendência do mercado de oferecer ligação via satélite. A revista Caixin, de Pequim, também confirmou.

Um teste em especial, a engenharia reversa realizada em vídeo pelo influenciador de tecnologia chinês Lou Bin, do canal Wekihome, mostrou que o Mate 60 Pro alcançou velocidade para 5G. Ele havia adquirido dois aparelhos na loja da Huawei em Shenzhen, a única com venda além das plataformas online.

“Ele sem dúvida tem velocidades 5G sólidas”, diz Lou. “É realmente um momento histórico. A Huawei conseguiu, todo mundo sabe que isso não é fácil.”

Apontou que o equipamento busca autossuficiência de alto a baixo: bateria e acessórios são todos fabricados pela própria Huawei, mais Wi-Fi, Bluetooth e ICs (circuitos integrados) de gerenciamento de energia de sua subsidiária HiSilicon e soluções de áudio da AAC Technologies, também de Shenzhen.

O lançamento estava previsto para o dia 12 de setembro, mas foi antecipado em duas semanas, para esta quarta-feira (30), ao que tudo indica, para coincidir com a visita à China da secretária de Comércio dos EUA, Gina Raimondo. Apareceu online quando ela estava no trem-bala de Pequim para Xangai.

Raimondo dirige o departamento que mais sancionou a Huawei, nos últimos quatro anos. A empresa foi proibida de usar os chips 5G da taiwanesa TSMC, que era sua fornecedora e também da Apple, a partir de maio de 2019. Chegou a passar a coreana Samsung e liderava em vendas globais de smartphones.

Outras ações adotadas contra a Huawei incluíram o veto ao uso das ferramentas do Google e do próprio sistema Android, daí o desenvolvimento de seu HarmonyOS, que foi atualizado junto com o Mate 60 Pro. Também a prisão domiciliar por quase três anos da diretora financeira Meng Wanzhou, no Canadá.

O próprio jornal Global Times, ligado ao PC chinês, ironizou em editorial a “coincidência” do lançamento com a visita. Citando Raimondo pelo nome, publicou que “o povo chinês já não espera grandes ajustes dos EUA, mas, se diminuir sua contenção extrema contra a China, certamente vamos receber isso bem”.

Com o preço fixado em 6.999 yuans, cerca de R$ 4.770, o Mate 60 Pro tem uma velocidade máxima de download, segundo os testes reproduzidos online, entre 500 a 800 megabits por segundo (Mbps), acima do teto de 300 Mbps e da velocidade típica de 100 Mbps para 4G.

Nota da administradora de investimentos Sanford C. Bernstein afirmou não estar claro qual empresa vem fabricando os chips Kirin 9000S, desenvolvidos pela própria Huawei para 5G, mas que se acredita ser chinesa. O mais provável é que tenham sido produzidos pela SMIC, de Xangai.

A tecnologia usada para fabricação seria N+2, que a própria SMIC já descreveu como atrasada vários anos em relação à TSMC, que fornece seus chips mais avançados para o iPhone, da Apple. A competitividade do Mate 60 Pro seria também afetada, no exterior, por não poder usar o Android

Por outro lado, nota da empresa de investimentos HuaJin Securities, de Xangai, previu impacto positivo sobre a cadeia de suprimento de tecnologia no país e arriscou que o Mate 60 Pro serviria como um catalisador para smartphones mais avançados, de origem chinesa.

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  • Data: 31/08/2023 05:08
  • Alterado:31/08/2023 17:08
  • Autor: Redação
  • Fonte: Nelson de Sá/FOLHAPRESS









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