Homem morre após realizar tiroteio em boate gay no EUA
Homem matou 50 frequentadores em boate nos EUA, fez reféns e foi assassinado pela SWAT. Um porta-voz do FBI disse que o caso está sendo investigado como possível ato de terrorismo
- Data: 12/06/2016 11:06
- Alterado: 12/06/2016 11:06
- Autor: Redação ABCdoABC
- Fonte: Estadão Conteúdo
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O homem que entrou armado em uma boate gay em Orlando, na Florida, chegou a fazer reféns em um determinado momento e foi morto por uma agente da SWAT, elite da polícia norte-americana, informou neste domingo o chefe da polícia de Orlando, John Mina. Cerca de 20 morreram e pelo menos 42 ficaram feridos.
Segundo Mina, o homem estava munido de algum tipo “suspeito” de dispositivo e chegou a trocar tiros com um segurança da boate por volta das 2h. Depois, algumas das 300 pessoas presentes na festa foram feitas reféns. Por volta das 5h, uma equipe da SWAT foi enviada ao local para resgatar os reféns. Foi então que o homem acabou assassinado dentro da casa noturna, que se chama Pulse Orlando.
Um dos frequentadores da boate, Rob Rick contou que o tiroteio teve início por volta das 2h da manhã, um pouco do encerramento da festa. “Todos estavam bebendo o seu último gole”, disse. Ele estima que mais de 100 pessoas ainda estavam dentro da casa quando ouviu os tiros. Contou também que, quando tudo começou, jogou-se no chão e arrastou-se até à cabine do DJ.
A polícia ainda não divulgou o número exato de mortes nem o nome do homem que invadiu o local. Um porta-voz do FBI disse que o caso está sendo investigado como possível ato de terrorismo. As autoridades tentam descobrir se foi um ato de terrorismo doméstico ou internacional, ou se foi mais um caso de “lobo solitário”, quando um terrorista age por conta própria.
“Este é um incidente que, a meu ver, certamente pode ser classificado como um incidente doméstico de terrorismo” disse o xerife do condado de Orange, Jerry Deming. Ron Hopper, agente especial do FBI encarregado do caso, disse que não há mais nenhuma ameaça para Orlando e regiões próximas. Questionado sobre algum tipo de conexão que o atirador poderia ter com algum grupo radical islâmico, Hopper limitou-se a dizer que há “sugestões de que o indivíduo tem inclinação para isso”.
TERRORISMO
O presidente Barack Obama falou classificou o ataque como um “ato de terror e de ódio”. Os três pré-candidatos à Presidência dos Estados Unidos, Hillary Clinton e Bernie Sanders, pelos democratas, e Donald Trump, do Partido Republicano, também se manifestaram.
Obama disse que o massacre é o maior da história norte-americana e que o FBI (a polícia federal dos EUA) está investigando o ataque como “ato de terrorismo”. “Uma boate é um lugar de solidariedade e empoderamento. A tragédia de hoje nos lembra ainda o quão fácil é adquirir armas na América”, acrescentou o presidente norte-americano, em um pronunciamento à nação.
O governador da Flórida, o republicano Rick Scott, disse estar com o “coração partido” com o ataque. “Este é claramente um ato de terrorismo. É revoltante. Isso faz com que cada americano fique triste hoje”, disse, exaltando também o trabalho dos profissionais da polícia e dos bombeiros que trabalharam para socorrer as vítimas.
Uma linha de investigação suspeita que o autor do massacre, o descendente de afegãos Omar Mateen, teria agido por motivação religiosa. O pai do rapaz, Mir Seddique, refutou esta tese e disse acreditar em homofobia. Ele contou que uma vez o seu filho ficou furioso quando viu dois homens se beijando em Miami, há alguns meses.
O coordenador regional da Flórida do Conselho de Relações Islâmico-Americanas, Rasha Mubarak, ofereceu os pêsames às famílias. “A comunidade muçulmana se une aos nossos colegas americanos no repúdio a este terrível ato de violência”, afirmou.
O bilionário republicano Donald Trump, que já sugeriu a expulsão de muçulmanos caso seja eleito presidente dos EUA, disse estar orando pelas vítimas e suas famílias. Pelo Twitter, ele pediu ainda “tenacidade e vigilância” contra o terrorismo radical islâmico.
Do lado democrata, as reações foram menos polêmicas. À rede de TV NBC, o senador Bernie Sanders disse esperar que todos os familiares do tiroteio possam se recuperar. No Twitter, a ex-secretária de Estado Hillary Clinton disse que seus pensamentos “estão com as pessoas afetadas por este ato horrível”.
O ataque também provocou reações de autoridades ao redor do planeta.
O Papa Francisco disse ter “o mais profundo sentimento de horror e condenação”. O pontífice denunciou ainda “a loucura homicida e o ódio sem sentido” e disse que se une às famílias das vítimas em uma corrente de “oração e compaixão”.
O primeiro-ministro da Itália, Matteo Renzi, disse que “o coração dos italianos está com os nossos irmãos norte-americanos”.
Por meio de um comunicado, o presidente da França, François Hollande, expressou “todo o suporte da França e das autoridades do país com as vítimas e familiares do massacre”.