Hipertensão afeta entre 2% e 4% das crianças e adolescentes brasileiros

No dia 26 de abril é comemorado o Dia Nacional do Combate à Hipertensão Arterial. Veja os sintomas, tratamentos e meios de prevenção contra a doença

  • Data: 26/04/2019 15:04
  • Alterado: 26/04/2019 15:04
  • Autor: Redação ABCdoABC
  • Fonte: Estadão Conteúdo
Hipertensão afeta entre 2% e 4% das crianças e adolescentes brasileiros

Crédito:Getty images

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A hipertensão, mais conhecida como pressão alta, é uma doença crônica que se caracteriza pelos níveis elevados da pressão sanguínea nas artérias. A incidência aumenta conforme a idade, sendo que um terço das pessoas entre 30 e 50 anos e dois terços acima dos 65 têm a condição.

Um dos alertas neste Dia Nacional de Combate à Hipertensão Arterial, celebrado nesta sexta-feira, 26, é que crianças e adolescentes também podem ter pressão arterial alta, mas os cuidados desde a infância são essenciais na prevenção.

O cardiologista Jairo Lins Borges, professor do departamento de cardiologia da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), diz que entre 2% e 4% das crianças no Brasil apresentam hipertensão arterial. Embora causas renais, hereditárias ou congênitas estejam relacionadas ao problema, o diagnóstico na infância e na adolescência tem sido cada vez mais similar ao dos adultos.

“Está relacionada a um estilo de vida que não é saudável devido ao uso abusivo de sal, calorias, gorduras e açúcar de absorção rápida, o que leva ao aumento do peso, do colesterol, dos níveis de açúcar no sangue e predispõe à diabete e à elevação da pressão arterial”, diz o médico.

No caso de fatores congênitos, a criança teria de nascer com alguma alteração que tende à doença. Borges cita a coartação da aorta, que se dá pelo estreitamento da aorta e consequente aumento da pressão sanguínea. “É pouco comum e o diagnóstico é razoavelmente fácil porque a pressão sobe muito rápido.”

Um estilo de vida mais sedentário, com redução ou nenhuma atividade física, e obesidade infantil são fortes fatores de risco para hipertensão em crianças e adolescentes. Com o passar do tempo, a doença é um dos principais motivos para a ocorrência de acidente vascular cerebral (AVC), enfarte, aneurisma arterial e insuficiência renal e cardíaca.

Segundo o Ministério da Saúde, a prevalência de hipertensão no País passou de 22,6% em 2006 para 24,3% em 2017. No mesmo período, o número de mortes pela doença aumentou de 36.710 para 49.640, sendo as mulheres as mais afetadas.

Sintomas

De modo geral, a hipertensão não apresenta sintomas específicos. Os sinais costumam aparecer quando a pressão sobe muito e pode ocorrer dor de cabeça, mal-estar, tontura, visão embaçada e sangramento nasal. Medir a pressão periodicamente é o jeito mais simples e exato de fazer o diagnóstico.

O cardiologista explica que, em fases mais jovens, observa-se primeiro o aumento da pressão mínima (diastólica). “Isso caracteriza alterações de muitos microvasos do corpo.” Esses casos, segundo ele, são mais fáceis de tratar. A partir dos 50 anos, começa a elevar a pressão arterial máxima (sistólica), em que há um comprometimento maior das artérias, que ficam enrijecidas e dificultam a passagem de sangue.

“Se a pessoa começa a ficar hipertensa quando criança ou adulto jovem, mais complicações terá e há uma redução na expectativa de vida. As complicações cardiovasculares são mais propensas nessas pessoas do que naquelas que desenvolveram a hipertensão mais tarde”, diz Borges.

O cardiologista da Unifesp explica que existem diferenças entre os documentos que orientam sobre o diagnóstico da hipertensão. No Brasil e na Europa, uma pessoa é considerada hipertensa quando seus níveis de pressão arterial alcançam ou ultrapassam 140/90 mmHg (milímetros de mercúrio), popularmente conhecido como 14/9.

No entanto, quando a pressão sistólica está entre 120 e 139 ou a diastólica entre 80 e 89, já é uma condição definida de pré-hipertensão. Nesse cenário, o risco de se tornar hipertenso mais rápido é maior e as chances de enfarte ou derrame aumentam. De modo geral, a pressão arterial ideal para o adulto seria em níveis abaixo de 12/8.

Na infância, a medida leva em consideração índices que são mais frequentes em crianças normais com determinado nível de altura para a idade. “O pediatra está preparado para fazer essa avaliação de modo simples e preciso. Além disso, a medida de pressão arterial deve ser obtida com aparelhos de pressão com braçadeira apropriada para o calibre do braço da criança”, destaca Borges.

De modo prático, pode-se dizer que uma pressão a partir de 103/63 mmHg em meninos com idade de cinco anos de idade, de 109/72 mmHg em meninas com dez anos e igual ou maior que 120/80 mmHg dos 13 em diante, em ambos os sexos, já levam a uma forte suspeita de hipertensão.

Tratamento e prevenção

O estilo de vida, geralmente, determina se a pessoa tem tendência a desenvolver hipertensão ou não. A prática regular de atividade física, como caminhada e natação, o abandono do tabagismo e um sono de qualidade, por mais de sete horas, são aliados no tratamento e na prevenção da pressão alta. No caso da população adulta e idosa, o uso regular e continuado de medicamentos para baixar a pressão arterial também é uma medida importante para controlar a doença.

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  • Data: 26/04/2019 03:04
  • Alterado:26/04/2019 15:04
  • Autor: Redação ABCdoABC
  • Fonte: Estadão Conteúdo









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