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Hawilla detalha esquema de propina da FIFA em investigação nos EUA

O empresário brasileiro José Hawilla, testemunhou hoje que participou de um esquema de propinas para conseguir influência com a FIFA para ganhar direitos comerciais de grandes torneios

  • Data: 05/12/2017 12:12
  • Alterado: 16/08/2023 00:08
  • Autor: Redação ABCdoABC
  • Fonte: Estadão Conteúdo
Hawilla detalha esquema de propina da FIFA em investigação nos EUA

O empresário brasileiro José Hawilla

Crédito:Reprodução

“Cometi um erro”, disse Hawilla, fundador da companhia de marketing Traffic Group, numa investigação em curso nos Estados Unidos sobre a suposta conspiração entre três ex-autoridades esportivas sul-americanas. “Eu cometi um erro e me arrependo muito”, completou o empresário de 74 anos que é o mais recente colaborador da investigação e assumiu a posição de testemunha após se declarar culpado na investigação da FIFA.

Hawilla explicou como sua empresa e duas outras companhias se uniram para pagar uma propina de US$ 10 milhões para Jeffrey Webb, estão vice-presidente da FIFA, e o ex-presidente da Concacaf – o órgão que governa o futebol na América do Norte, Central e Caribe – para ajudar a garantir os direitos para a Copa América em 2016. Webb foi considerado culpado em uma acusação de extorsão e aguarda sentença.

O júri em Nova York também ouviu pela primeira vez gravações feitas por Hawilla depois de ele ter sido preso em 2016 e concordado em cooperar com a Agência Federal de Investigação (FBI, na sigla em inglês), usando uma escuta. Uma fita registrou uma reunião com Hugo e Mariano Jinkis, pai e filho que dirigiam a empresa argentina Full Play, onde eles falaram sobre subornar presidentes de várias federações de futebol.

“Eu quero tornar todos os presidentes ricos e coexistir com eles”, disse Mariano Jinkis, de acordo com uma transcrição da fita. Quando Hawilla disse aos Jinkis que queria sair do esquema e limpar sua companhia para vendê-la, Mariano disse que não queria sociedade com ninguém que não entendesse que propinas eram negócios como de costume. “Sempre haverá propina”, disse. “Haverá propina para sempre”.

Hugo e Mariano Jinkis estão entre as mais de 40 pessoas e entidades acusadas na investigação da FIFA. No ano passado, um juiz argentino negou um pedido de extradição dos dois pelos Estados Unidos, citando o fato de eles ainda não terem sido processados por lá.

Em julgamento na corte federal do Brooklyn estão Angel Napout, ex-presidente da federação paraguaia de futebol; Manuel Burga, ex-chefe da federação peruana de futebol; e José Maria Marin, ex-presidente da Federação Brasileira de Futebol. Todos de disseram inocentes das acusações. Fonte: Associated Press.

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  • Data: 05/12/2017 12:12
  • Alterado: 16/08/2023 12:08
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