Grupo faz bullying com menina autista em escola do Rio de Janeiro

Em um vídeo que circulou pela internet, nesta sexta-feira (31), mostra Vitória Fernandes Gomes dos Santos, de 11 anos, sendo coagida por um grupo, de mais o menos 9 meninas. Nele é possível ouvir uma das jovens ofendendo Vitória, fazendo-a chorar.

O caso aconteceu no Colégio Estadual Flávio Ribeiro de Rezende, localizado em Natividade, Rio de Janeiro. O vídeo que viralizado foi gravado, no dia 27, por outra garota que estimulava a ação.  Após veiculação nas redes sociais, foi divulgado que a vítima é autista, trazendo mais apelo ao acontecido, a poucos dias do Dia Mundial de Conscientização do Autismo, celebrado anualmente, no dia 2 de abril. 

A violência chocou a comunidade em volta da escola e estudantes organizaram um protesto, na manhã desta sexta-feira (31), com cartazes que exigiam que fosse feita “justiça por Vitória”. A frase virtou hashtag e alcançou os trending topics.

Ao Metrópoles, a Secretaria de Educação disse ter enviado representantes à escola “para tomar todas as providências para que casos como esse não se repitam”. E afirmou que a direção do colégio conversou com as estudantes responsáveis pelo bullying, junto dos pais.

Transtorno do Espectro Autismo (TEA)

Autismo é um distúrbio do neurodesenvolvimento manifestado na parte comportamental, na comunicação e interação social. Mas a condição afeta cada indivíduo de formas diferentes. Há autistas que conseguem realizar tarefas do cotidiano sem apoio, alguns necessitam de auxílio em atividades especificas, outros em atividades consideradas simples.

A condição não tem cura, mas tem tratamento com chances de evolução dentro de cada quatro.

“O Autismo é uma é um espectro e dentro dele existe a subjetividade de cada indivíduo e para uma intervenção é necessária uma avaliação, para a construção de um plano único. Na maioria dos casos, para potencializar o aprendizado e interação social do paciente, é necessária intervenção constante e intensiva e quanto mais cedo começa o acompanhamento, mais chances de melhores resultados. Ainda assim, mesmo que a criança ou adulto tenha evolução no quadro, ele sempre estará dentro do espectro, podendo ainda ter dificuldade em lidar com emoções, desafios da vida cotidiana e relações interpessoais”, explica, Lohanna Pimenta, acompanhante terapêutica de crianças, jovens e adultos dentro do espectro autistas.