Governo exonera 1,2 mil servidores em cargos de chefia; ministros tomam posse
Ministro da Casa Civil, Rui Costa, confirmou que haverá mais dispensas de comissionados
- Data: 03/01/2023 11:01
- Alterado: 03/01/2023 11:01
- Autor: Redação ABCdoABC
- Fonte: Estadão Conteúdo
O presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, anuncia ministros durante coletiva no CCBB Brasília.
Crédito:Reprodução
No primeiro dia do governo de Luiz Inácio Lula da Silva, 1.204 servidores que desempenhavam funções de confiança na gestão de Jair Bolsonaro foram exonerados. O ministro da Casa Civil, Rui Costa, confirmou que haverá mais dispensas de comissionados, mas negou qualquer viés ideológico nas demissões.
Ao tomar posse na segunda-feira, 2, Costa disse que o governo Bolsonaro apagou obras não concluídas do sistema federal de monitoramento e, a exemplo de Lula, classificou a herança recebida como “caos”.
Dezenove dos 37 ministros foram empossados ao longo do dia. Uma das cerimônias mais concorridas foi a de Alexandre Padilha, novo titular da Secretaria de Relações Institucionais, realizada no Salão Nobre do Palácio do Planalto. Embora também tenha dirigido críticas à gestão Bolsonaro, Padilha adotou tom de conciliação. Um dia depois de ter dito que o Centrão é apenas “um conceito que não existe”, o responsável pela articulação política entre o Planalto e o Congresso sustentou que vai tratar todos os partidos “com civilidade e harmonia”, mesmo aqueles contrários a Lula.
Na plateia, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), foi vaiado ao ter o nome anunciado pelo locutor. A ex-presidente Dilma Rousseff, por sua vez, recebeu muitos aplausos. “Dilma, guerreira, da Pátria brasileira”, gritavam militantes do PT, no Salão Nobre. Até o ex-presidente José Sarney ganhou palmas. Só Lira foi hostilizado.
“Nesse ministério está proibido insultar, agredir, ameaçar qualquer agente político, seja de qual partido for”, disse Padilha. “Não existe aqui alguém que vai falar de metralhada contra a oposição. Essa época acabou”, emendou ele, numa referência a declarações de Bolsonaro, que fez elogios à ditadura militar e disse que ia “metralhar” petistas no Acre.
Enquanto ministros tomavam posse, Lula estava no Itamaraty, onde recebeu líderes estrangeiros. Eles disseram que o Brasil estará “de volta” ao cenário internacional e organismos multilaterais com o novo governo.
“Lula é um líder regional e vai dar o impulso à América Latina muito importante. Sua presença é a volta do Brasil a todos os fóruns internacionais. A ausência brasileira nos fóruns internacionais foi muito evidente (nos últimos quatro anos)”, resumiu o presidente da Argentina, Alberto Fernández. Lula viajará para a Argentina no próximo dia 23 e participará de um encontro da Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), em Buenos Aires.
Marcelo Rebelo de Sousa, presidente de Portugal, que também esteve com Lula, disse ver o retorno de um “Brasil multilateral”. “Brasil multilateral, Brasil na cena internacional, Brasil nas organizações, que faz muita falta”, afirmou Rebelo. Ele elogiou o fato de Lula ter valorizado a proteção ambiental em seu discurso de posse, no domingo, 1º.