‘Fui cassado em um tribunal de exceção’, afirma Witzel na CPI a Covid
Antes mesmo de o interrogatório começar na CPI da Covid, o governador cassado do Rio Wilson Witzel tentou elaborar uma defesa diante dos integrantes da comissão
- Data: 16/06/2021 13:06
- Alterado: 16/06/2021 13:06
- Autor: Redação ABCdoABC
- Fonte: Estadão Conteúdo
Witzel diz que foi alvo de perseguição política para ser retirado do cargo
Crédito:Reprodução
Ele negou as acusações pelas quais foi retirado do cargo, resultado de um impeachment por corrupção na Saúde durante a pandemia. O ex-governador voltou a dizer que foi alvo de uma perseguição política, e cassado por um “tribunal de exceção“.
Wilson Witzel sugeriu, por exemplo, que seja quebrado o sigilo do seu vice e hoje governador do Rio, Cláudio Castro, aliado da família Bolsonaro. “Cláudio Castro estava em Brasília na véspera de buscas, isso merece quebra de sigilo”, disse Witzel, para quem é necessário investigar quem estaria por “trás” do seu processo de impeachment, apontando para uma “máfia” na área da Saúde.
Witzel afirmou que a CPI deveria aprovar a quebra de sigilo de organizações sociais de saúde do Estado, que administram UPAs e hospitais, para verificar para onde estão indo os recursos públicos. “Eu sai, mas as OS estão lá operando livremente”, disse. “Empresário Edson Torres é criminoso contumaz e está solto”, afirmou Witzel sobre o empresário apontado como operador econômico do escândalo envolvendo desvios de recursos na saúde do Rio.
“Fiz auditoria em organizações sociais, maior máfia no RJ é na saúde. Meu impeachment foi financiado por organizações sociais e alguém recebeu dinheiro. Quem recebeu dinheiro para meu impeachment pode ser do sistema do Judiciário”, disse também o ex-governador, para quem “tudo começou” quando ele determinou uma “investigação imparcial” do caso Marielle. Witzel acrescentou ainda que espera para que o mandante do assassinato, “quem sabe, seja descoberto”.
“A CPI pode deferir sob segredo de justiça, e aqui vai uma sugestão, com o Supremo Tribunal Federal, medidas cautelares de busca e apreensão de celular e documentos para sabermos quem está por trás do meu impeachment”, reforçou ele, afirmando estar com a vida ameaçada. “Corro risco de vida, por causa da máfia da saúde, e tenho certeza que tem miliciano envolvido”, disse Witzel.