Formandos da Escola Nacional de Circo encenam o espetáculo URUTU, no CCBB Rio
Dramaturgia de cena faz referência ao bicentenário da Independência do Brasil e ao centenário da Semana de Arte Moderna, celebrados em 2022
- Data: 23/03/2022 10:03
- Alterado: 17/08/2023 07:08
- Autor: Redação
- Fonte: Funarte
Formandos da Escola Nacional de Circo encenam o espetáculo URUTU
Crédito:Renato Mangolin
Trinta e cinco alunos da Escola Nacional de Circo, formandos da turma 2019/2021 do Curso Técnico em Arte Circense da Funarte, vão encenar, a partir do dia 23 de março, o espetáculo URUTU, no CCBB do Rio de Janeiro, às 19h. A montagem, dirigida por Renato Rocha, traz, por meio da dramaturgia de cena, referências ao bicentenário da Independência do Brasil e ao centenário da Semana de Arte Moderna de 1922, ambos celebrados este ano. O projeto combina artes visuais, dança, música, teatro, cultura popular e arte circense, e será apresentado em um palco-picadeiro de aço, criado e montado no estacionamento do Centro Cultural Banco do Brasil. O espetáculo tem o apoio institucional da Fundação Nacional de Artes, e conta com entrada gratuita, mediante aquisição de senha distribuída 1h antes do início do espetáculo.
Segundo o diretor artístico Renato Rocha, na cultura dos povos originários (indígenas), o nome URUTU diz respeito a cobra-grande, que é “símbolo da deglutição e da gestação de algo novo”. E é nesse sentido, digamos: antropofágico, que a montagem está sendo concebida como um espetáculo de alto nível técnico e de extremo impacto físico e visual, que mistura algumas linguagens artísticas para criar uma experiência estética que una o carisma, o vigor e o risco do circo clássico com a pesquisa, inovação, visceralidade e a beleza estética e sensorial do circo contemporâneo. “Uma obra de dramaturgia aberta, que só se completa no corpo e na imaginação dos espectadores, convidando-os para um universo de sensações, onde eles próprios possam criar associações a partir de suas vivências e experiências pessoais”, reforça o artista.
A montagem reúne alguns números do circo clássico – corda lisa, trapézio, báscula, contorção, rola-rola, força capilar, percha, e outros -, além da beleza estética e sensorial do circo moderno. Os ex-alunos, agora formados pela Escola Nacional de Circo (ENC), farão parte de um trabalho diferenciado, sofisticado e de grande alcance popular, que possa restabelecer o debate sobre a identidade do novo circo contemporâneo brasileiro, a cena circense atual, o mercado nacional, e o investimento para esta linguagem de tão grande alcance junto ao público e sua internacionalização. O intuito dessa união entre a Escola Nacional de Circo (Funarte), a Ciranda de 3 Trupe Produções e o CCBB do Rio de Janeiro, é criar uma vitrine para o circo brasileiro nas relações internacionais, reforçando assim, a presença do Brasil no mapa do cenário circense mundial.
O elenco é formado por 35 artistas oriundos de diversos países da América Latina, entre eles: Venezuela, Equador, Argentina, Chile e Colômbia; e, também, das cinco regiões do Brasil, vindos dos estados do Pará, Amazonas, Tocantins, Bahia, Pernambuco, Minas Gerais, São Paulo, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Rio de Janeiro, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, alguns deles com antepassados pertencentes a povos originários. A participação dos formandos da Escola Nacional de Circo no espetáculo URUTU dá continuidade às ações da Fundação Nacional de Artes pelas comemorações dos 200 anos da Independência do Brasil e dos 100 anos da Semana de Arte Moderna de 1922.
Sobre o diretor artístico e dramaturgo Renato Rocha
Nos anos 1990, montou espetáculos com elencos numerosos que fizeram temporadas em espaços ao ar livre. Integrou os projetos Intrépida Trupe e o Nós do Morro, experiências que o projetaram para trabalhos na Europa, Ásia e África. Criou espetáculos para a Royal Shakespeare Company, The Roundhouse, Lift, Circolombia, para a Bienal Internacional de Artes de Marselha, o National Theatre of Scotland, o Festival Internacional de Leicester, a Unia~o Europe´ia e Unicef. Dirigiu projetos na Índia, Berlim, Tanzânia, Quênia, Egito, Paris, Nova Iorque, Edimburgo, Estocolmo, Budapeste e Colômbia. Foi diretor arti´stico da organizaça~o Street Child United e do Circus Incubator, colaboraça~o entre França, Finlândia, Sue´cia, Espanha, Canada´ e Brasil.
Dirigiu Rastros com o Circo Crescer E Viver; Ayrton Senna e O Meu Destino e´ Ser Star, com a Aventura Entretenimento e, Eu, Moby Dick, com o Oi Futuro. Recebeu 16 indicaço~es nas mais importantes premiaço~es do pai´s, ganhando em 2019 o Prêmio Cesgranrio de Teatro, na categoria de Melhor Cenografia. Em 2021, foi diretor artístico do projeto Casa Comum, que aconteceu no coração da Amazônia com o povo indígena Sateré Mawé entre rios, floresta e cidade, onde os 10 artistas amazônicos criaram vídeos performances que refletiram sobre a cosmovisão indígena do planeta como uma casa comum. O projeto fez parte, também, da programação artística do Casa Festival, em Londres; da COP26, em Glasgow; e do Festival Amazônia Mapping, no Pará.
Sobre a Escola Nacional de Circo (ENC) e o Curso Técnico em Arte Circense
Inaugurada em 1982, a Escola Nacional de Circo foi criada pelo circense Luiz Olimecha e pelo produtor cultural Orlando Miranda – então presidente do Instituto Nacional de Artes Cênicas, incorporado à Funarte. A instituição prepara artistas profissionais para atuarem em circos de lona e em diversos setores das artes e cultura. A escola, localizada na cidade do Rio de Janeiro, é referência para toda a América Latina no campo da formação em Circo.
O Curso Técnico em Arte Circense foi estabelecido pela Funarte em cooperação com o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro (IFRJ). A consolidação do calendário de aulas ou a adaptação da grade curricular ficam sob a responsabilidade do IFRJ. A Escola Nacional de Circo/Funarte deve acompanhar o calendário geral do Instituto e fornecer os meios para a realização da grade curricular. Desde 2015, o Curso Técnico em Arte Circense, oferecido pela entidade, é reconhecido pelo Ministério da Educação (MEC).
A admissão na ENC se dá por concurso público. A seleção tem como base a análise de habilidades circenses, condicionamento físico, desempenho artístico, aptidões acrobáticas e checagem de documentação. Estão aptos a participar do processo seletivo cidadãos com idade igual ou superior a 18 anos completos (considerada a data de inscrição), que tiverem concluído o ensino médio (ou equivalente) até a data da matrícula no curso. Os candidatos podem ser brasileiros, natos ou naturalizados, e estrangeiros. O curso oferece serviço gratuito de alimentação e bolsa de estudos para todos os alunos.
Serviço
Espetáculo URUTU
Elenco constituído por 35 formandos da turma 2019/2021 do Curso Técnico de Artes Circenses, da Escola Nacional de Circo (ENC)
Estreia nacional/temporada: de 23 de março a 3 de abril de 2022
Dias e horários: quarta a domingo, às 19h
Duração: 120 minutos, em 2 atos. Intervalo de 15 minutos entre os atos.
Classificação indicativa: livre
Entrada gratuita, mediante retirada de senha com até 1h de antecedência na bilheteria do CCBB
Capacidade de público: 150 lugares (50 lugares sentados dentro do picadeiro e 100 lugares em pé em torno do picadeiro)
Local: Estacionamento do Centro Cultural Banco do Brasil
Rua Primeiro de Março, 66, Centro, Rio de Janeiro.
Informações: (21) 3808-2020