Flamengo vê mercado como remédio para lesões e tropeços; mas pode ser tarde
Deixar as contratações para as duas últimas semanas pode ser fatal para os objetivos do rubro-negro
- Data: 19/08/2024 11:08
- Alterado: 19/08/2024 11:08
- Autor: Redação
- Fonte: Igor Siqueira e Luiza Sá/UOL/Folhapress
Marcos Braz, vice-presidente de futebol do Flamengo
Crédito:Divulgação/Flamengo
O Flamengo levou um duro golpe na goleada sofrida para o Botafogo. Com as mesmas justificativas sobre calendário e lesões, o clube entende ser impensável seguir vivo em todas as competições sem fazer uma janela de transferências robusta.
O QUE ACONTECEU
O Fla tem até 2 de setembro para fazer contratações. O clube ainda não acertou com nenhum jogador na atual janela e tem a situação mais encaminhada com Michael, que ainda precisa ajustar detalhes e assinar o contrato.
Apesar da demora, as contratações são a única forma de seguir adiante. O clube entende não ter condições de manter as três frentes sem as reposições necessárias. A saída iminente de Wesley e a provável de Fabrício Bruno agravam o quadro.
Para a Libertadores não há mais tempo. Agora, o Fla só pode ter novos jogadores caso avance às quartas.
O clube tenta fazer um planejamento a médio e longo prazo que passa pelas contratações. Além de sobreviver nos torneios, fazer as movimentações e brigar até o final para terminar a atual gestão com taças.
A situação na temporada não é favorável. No Brasileiro, tem cinco pontos de desvantagem para o líder Botafogo e um jogo a menos. Na Libertadores, apesar dos 2 a 0 da ida, decide a vida na altitude de La Paz, local onde tem tido dificuldades, na quinta-feira. Além disso, o elenco acumula problemas físicos e cansaço.
Apesar das reclamações serem as mesmas em todos os jogos, o Flamengo é o nono time da Série A com mais partidas no ano. O Fortaleza, agora segundo, tem 53, enquanto o líder Botafogo soma 53. Bragantino e Bahia têm 52, Cuiabá, Athletico-PR e Palmeiras 51, enquanto Grêmio fez 49. Corinthians, Fluminense, Flamengo e São Paulo estão empatados com 48.
“Planejamento? Cebolinha foi ruptura de tendão. Não tem o que fazer. O outro, por pancada. Outro, desgaste. Jogadores, quando vão para a seleção, voltam de maneira descompensada. Agora é ter tranquilidade, dentro do possível. O Flamengo passou para as quartas da Copa do Brasil. Tem tudo para passar na Libertadores também. Estamos nesta segunda-feira (19) cinco pontos atrás do Botafogo. Se ganharmos o jogo a menos, dois pontos. Entendo a preocupação da torcida, mas temos que fazer uma análise mais fria e calma”, afirma Marcos Braz.
FLAMENGO ESCOLHE LIBERTADORES
Tite ainda bate na tecla de que não vai priorizar competições, mas na prática não tem sido desta maneira. No clássico, o treinador foi a campo sem o time completo e tirou titulares no decorrer da partida pensando na quinta-feira. Ele classifica como “inevitável” a mescla com os reservas.
A ideia da comissão técnica era que o Botafogo e o Bolívar eram praticamente um jogo só. Ou seja, precisava poupar nesse para ter todos à disposição na quinta. Por isso, optou por tirar Gerson, Ayrton Lucas e Fabrício Bruno no decorrer da partida.
O Flamengo tem várias dúvidas e problemas físicos. Arrascaeta ainda fará exames e não sabe se viaja para a Bolívia. Nico De la Cruz pediu para não ir ao sintético do Nilton Santos. Luiz Araújo tentou até a manhã de domingo ficar à disposição.
As mudanças já estavam pensadas antes da partida. “Não é poupar ninguém, é dar saúde, ter o mínimo mesmo correndo o risco de o desempenho cair. Não queria tirar o Gerson. Assim como Ayrton e Fabrício. Iria sobrecarregar a sequência, tempo de recuperação. Essas substituições foram planejadas”, disse Tite.
“Tínhamos que jogar dois jogos em um só, esse e o de quinta. Se deixo o Gerson e estoura, complica. Nós planejamos isso“, afirmou o técnico.