Fecomercio SP: Tecnologia é apenas uma parte do sucesso para a transformação digital
Seminário da FecomecioSP abordou a importância da capacitação digital das empresas, com foco nas microempresas e empresas de pequeno porte
- Data: 24/03/2023 19:03
- Alterado: 24/03/2023 19:03
- Autor: Redação
- Fonte: Fecomércio SP
Crédito:Divulgação
A transformação digital das empresas deve ir muito além da tecnologia. Ela deve focar, principalmente, a constante capacitação profissional de pessoas. Esta é a constatação do primeiro painel do evento O Trabalho do Presente e do Futuro – Capacitação em Tecnologias Digitais, ocorrido nesta sexta-feira (24), na sede da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP). O evento é uma realização dos conselhos de Emprego e Relações do Trabalho (CERT), presidido por José Pastore, e de Economia Digital e Inovação (CEDI), coordenado por Andriei Gutierrez, ambos da Entidade.
Para José Pastore, se o domínio das novas tecnologias é condição para sobrevivência e desenvolvimento das empresas, elas não devem ser consideradas por si só, mas principalmente pensando nas pessoas que as utilizam no cotidiano dos negócios. Nesse sentido, é fundamental ajudar os empresários dos setores de comércio, turismo e serviços, que atualmente mais empregam no Brasil, a entender como fazer a transformação digital e capacitar os funcionários. “Notamos um cenário no qual os grandes conseguem caminhar neste quesito, mas os pequenos e médios precisam de apoio”, ressaltou.
“Diante destas mudanças, as empresas se tornam mais competitivas, com condições de descobrir meios que facilitem as atuações. Por isso, com o seminário, tentamos mostrar como elas podem capacitar e treinar os funcionários. O sucesso neste processo depende da interface entre escola, empresa e governo”, acrescentou Pastore.
Abrindo o evento, Ivo Dall’Acqua Júnior, vice-presidente da FecomercioSP, comentou que a garantia dessa capacitação em tecnologias digitais deixou de ser um diferencial e se tornou o real posicionamento da empresa no mercado e no mundo. “Isso requer um olhar consciente e inovador frente aos desafios tanto de empregados quanto de empregadores”, enfatizou.
No mesmo painel, o senador Marcos Pontes (PL/SP), ex-ministro de Tecnologia, Ciência e Inovação, defendeu que, além da formação, também é necessário que o governo atue ao lado das empresas para que contratem e treinem jovens profissionais. “Para isso, um outro passo é mostrar que, por meio deste processo, a empresa pode ter melhor eficiência e, consequentemente, maior rendimento.”
Reinvenção e investimento em capacitação
Apesar da velocidade de avanço das tecnologias, hoje, menos de 13% das empresas conseguem fazer uma transformação digital de forma bem-sucedida. O dado, da Boston Consulting Group (BCG), foi apresentado por Silvia Bassi, publisher da The Shift, durante o painel “Desafios e melhores práticas do setor privado: novas competências digitais no mundo profissional”.
“Em 2016, o mesmo levantamento apontava que 84% dos projetos de transformação digital nas empresas falharam. Em 2022, a média de fracassos foi de 87,5%”, revelou. De acordo com Silvia, um dos grandes erros das empresas é apostar na tecnologia como o único material necessário para a mudança. Entretanto, a realidade tem mostrado a baixa capacidade dos negócios de se reinventarem digitalmente, mesmo com todo o avanço e o acesso mais fácil a ferramentas modernas. “As empresas acreditam que basta ter tecnologia para o sucesso, mas esta é só 20% da equação. A tecnologia não é mágica, mas um meio. A desmaterialização dos negócios, ou seja, a digitalização, depende de pessoas”, afirmou.
O evento ainda contou com a participação de Anna Beatriz Waehneldt, diretora de Educação Profissional do Departamento Nacional do Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac); Felipe Prado, especialista em cibersegurança; Cristiano Kruel, da StartSe; Emilena Lorenzon Bianco, vice-diretora e superintendente do Centro Paula Souza; Sérgio Sgobbi, diretor de Relações Institucionais e Governamentais da Brasscom; e Guilherme Mercês, diretor de Economia e Inovação da Confederação Nacional do Comércio (CNC).