Famílias mudam planos de fim de ano por causa da pandemia

No Airbnb, levantamento aponta que, entre os lugares mais requisitados do País, aparecem Ubatuba, São Sebastião, Riviera de São Lourenço, Campos do Jordão, Ibiúna e Sorocaba

  • Data: 27/12/2020 14:12
  • Alterado: 27/12/2020 14:12
  • Autor: Redação ABCdoABC
  • Fonte: Estadão Conteúdo
Famílias mudam planos de fim de ano por causa da pandemia

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Não fosse a pandemia, a jornalista Katia Goldfarb, de 39 anos, estaria comemorando o aniversário do filho mais velho na Disney para depois embarcar em um cruzeiro pela América Central. Por causa dos riscos, as férias no exterior precisaram ser revistas. Agora, o plano da família é passar uns dias em uma chácara em Pilar do Sul, no interior paulista. E o réveillon vai ser em Santos.

Trocar grandes viagens por destinos locais foi a saída de muitas famílias de São Paulo para tentar conciliar a preocupação diante da covid-19 com o cansaço de ficar em casa. Em meio à nova alta da doença, cidades turísticas se preparam para absorver o público que costuma passar a virada fora do Estado e receber mais gente do que em edições anteriores.

No caso de Katia, as férias com o marido e as duas crianças, de 2 e 8 anos, foram programadas ainda em janeiro, quando a pandemia era uma realidade só do outro lado do mundo. “No começo eu acreditava que tudo ia passar logo. É triste e frustrante porque você cria expectativa”, comenta a jornalista, que também cancelou uma viagem ao Canadá em julho.

Presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis, Manoel Linhares diz que, para o réveillon, a tendência é o turista optar por deslocamentos mais curtos, de até 300 quilômetros, usando o carro. “O mais procurado é o turismo mais aberto, de praia, de serra e fazenda.”

Para o setor, há expectativa de operar no limite permitido pelos protocolos e preencher todas as vagas autorizadas em cada lugar. “Em muitos destinos, os hotéis vão precisar obedecer à capacidade permitida de 60%, 80%”, afirma Linhares.

Comportamento semelhante foi notado na plataforma de hospedagem Airbnb, que limitou a 16 o número máximo de pessoas por acomodação. “Locais com menor fluxo de pessoas, como casas de campo e em cidades menores de praia, ganharam a preferência, longe de multidões ou da alta rotatividade”, informa a empresa.

No Airbnb, levantamento aponta que, entre os lugares mais requisitados do País, aparecem Ubatuba, São Sebastião, Riviera de São Lourenço, Campos do Jordão, Ibiúna e Sorocaba. “São famílias em busca de um refúgio fora da cidade, mais perto da natureza, e, ao mesmo tempo, com boa infraestrutura, com internet.” Aspectos de limpeza e higienização também ganharam mais relevância na decisão dos viajantes.

Cuidados. Nem todos, no entanto, se sentem confortáveis para festejar a chegada de 2021 fora de casa. Por morar com os pais idosos, Flavia Brunacci Lopes, de 44, decidiu quebrar a tradição de deixar São Paulo nesta época e abriu mão da viagem que planejou a Fortaleza.

“Nós três já pegamos covid, mas há muita incerteza sobre reinfecção e eu preferi não arriscar”, relata Flavia, cujos pais de 72 e 76 anos, fazem parte do grupo de risco. “Busquei orientação de médicos e eles dizem que ainda não é hora de facilitar.”

Uma alternativa era o apartamento da família no Guarujá, no litoral sul, que recentemente proibiu cadeiras de praia, guarda-sóis e esporte coletivo na praia. “Mas o pessoal não está respeitando. Achei melhor ficar em São Paulo.” Assim como no período de 25 até hoje, a virada do ano será de fase vermelha no Estado, com funcionamento apenas de serviços essenciais entre os dias 1º, 2 e 3 de janeiro.

O cenário pouco animador impôs um dilema à analista de sistemas Celeste Benza, de 48 anos. Natural do Paraguai, ela desistiu de encontrar o pai no país vizinho. “Ele já teve várias complicações de saúde e não pode ser exposto”, relata. “Se algo acontecesse, eu teria um sentimento de culpa muito grande.”

Também pensou em virar o ano na casa de praia, em Riviera de São Lourenço, mas o receio de aglomeração joga contra a ideia. “Só aqui no meu prédio, cinco pessoas já me perguntaram se eu queria alugar”, diz. “Muita gente está indo viajar, não sei se por subestimar a pandemia ou por cansaço. No fim das contas, acho que é uma mistura dos dois.”

PERGUNTAS & RESPOSTAS

Festas com até dez pessoas

1. Com a pandemia, em São Paulo, há alguma orientação específica para as festas de fim de ano?

Com o aumento de casos e óbitos relacionados à covid-19, as celebrações natalinas se tornaram uma preocupação em todo o mundo. No Estado de São Paulo, o Centro de Contingência de Combate à Covid-19 orientou que a população se reúna em grupos de no máximo dez pessoas nos eventos familiares de fim de ano.

2. E há um tempo de duração máxima sugerido?

O coordenador do grupo, José Medina, aconselhou que os encontros tenham curta duração, de até uma hora, e que os mais velhos sejam protegidos. Para ajudar, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) lançou uma planilha com orientações para as festividades. Segundo o documento, a maneira mais segura de celebrar o Natal e o réveillon é ficando em casa com os familiares que já moram juntos.

3. E quem optar por viajar enfrentará alguma barreira ou local fechado?

Nos dias 1, 2 e 3, todo o Estado estará na fase vermelha, ou seja, só abrirão serviços essenciais (como mercados e farmácias). As prefeituras da Baixada ainda decidiram fazer barreiras sanitárias e fechar a orla no réveillon.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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  • Data: 27/12/2020 02:12
  • Alterado:27/12/2020 14:12
  • Autor: Redação ABCdoABC
  • Fonte: Estadão Conteúdo









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