Exposição “As Sete Funções da Arte” explora o impacto da arte no cotidiano de moradores do ABC 

Exibição gratuita acontece entre os dias 08 e 25 de novembro na Associação Comercial e Industrial, no bairro Nova Petrópolis

  • Data: 07/11/2023 10:11
  • Alterado: 07/11/2023 10:11
  • Autor: Redação
  • Fonte: BASF
Exposição “As Sete Funções da Arte” explora o impacto da arte no cotidiano de moradores do ABC 

Projeto SENSORIAL: Arte & Movimento reúne pessoas de diferentes idades para unir arte e saúde mental em São Bernardo do Campo.

Crédito:SENSORIAL: Arte & Movimento

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A atividade artística tem ganhado novos significados ao ir além da simples manifestação criativa e estética, sendo uma ferramenta terapêutica poderosa para promover o bem-estar e a manutenção da saúde mental das pessoas. Explorar as múltiplas funções e os impactos da arte em nosso comportamento é a proposta da exposição “As Sete Funções da Arte”, realizada pela instituição SENSORIAL: Arte & Movimento. A exibição acontece entre os dias 08 e 25 de novembro, na Associação Comercial e Industrial, em frente ao novo hospital da mulher, em São Bernardo do Campo.

A mostra pretende apresentar as obras realizadas pelos participantes do projeto, que passaram por uma formação artística e por um acompanhamento psicossocial ao trabalhar aflições e problemas pessoais de maneira lúdica, como traumas, transtornos mentais e discriminações.

Fundador do projeto, Denílson de Jesus Silva conta que a ideia surgiu durante a pandemia de Covid-19, ainda em 2020. No auge das internações nos hospitais, quando não se falava no desenvolvimento de vacinas, o gestor do projeto passou por uma explosão de sentimentos e emoções ao ser internado na UTI devido a um procedimento cirúrgico. “Na medida em que eu estava ali internado, fui me sentindo cada vez mais fragilizado mentalmente, por conta de uma sensação muito forte de que poderia morrer a qualquer hora no hospital. Pessoas fugindo das salas, enfermeiros correndo pelos corredores; isso para mim impactou muito, foi aí que comecei a pensar em realizar alguma atividade que pudesse me colocar no centro da minha vida; foi quando passei a me relacionar com a arte”.

Denílson encontrou na arte uma forma de restabelecer o equilíbrio emocional consigo mesmo, além de explorar sua subjetividade e, com isso, reconhecer novas facetas do homem que se encontrava no hospital. “Descobri que criar uma maneira de interação com a arte não poderia ajudar somente a mim, mas também a outras pessoas que passaram ou passam por situações de sofrimento parecidas com a que vivenciei. Então, resolvi pesquisar o assunto mais a fundo”, relata.

Desde então, criou o projeto SENSORIAL: Arte & Movimento, que existe há três anos e já impactou a vida de cerca de 50 pessoas, sem contar círculos sociais como trabalho, família e comunidade, que também são impactados pelas relações com os participantes. O projeto segue a lógica da “arte como ferramenta de elaboração para questões emocionais”, ao oferecer cursos de arte onde os participantes podem aprender a desenhar e pintar, ao mesmo tempo em que manifestam seus sentimentos a partir da socialização em grupo. Os cursos são conduzidos por artistas locais, psicólogos e assistentes sociais com foco na comunidade, em vez de se basearem em necessidades médicas específicas.

A arte pode ser uma ferramenta terapêutica inovadora com os idosos, ao trabalhar temas como solidão e depressão, por exemplo./SENSORIAL Arte&Movimento.

As interações construídas pelos participantes de diferentes idades, vivências e repertórios é um ponto de destaque do trabalho feito pelos profissionais, como explica a psicóloga da iniciativa, Carina Palma de Moura. Durante as aulas, pessoas de 09 até 83 anos de idade se reúnem em espaços de convivência com o intuito de construir novos vínculos. “Essa relação intergeracional tem se mostrado como um dos pontos fortes do projeto, uma vez que os mais velhos, por conta da experiência de vida, acolhem as vulnerabilidades dos mais novos; e o carinho transmitido pelos mais novos aos mais idosos contribui para a sensação de pertencimento, ajudando no tratamento de problemas de saúde como a depressão”, diz. 

A iniciativa recebe, em sua maioria, pessoas com diferentes vulnerabilidades psicossociais, como sofrimentos psíquicos relacionados à condição financeira, à violência, à discriminação ou à alguma doença, como depressão, diabetes ou hipertensão, por exemplo. Antes mesmo das aulas, são realizadas entrevistas dirigidas para cada pessoa, com o objetivo de mapear as condições de saúde integral dela e o histórico de vida. Isso também ajuda a compreender os motivos pelos quais cada perfil geracional chega ao projeto. “Os mais jovens, de 09 a 35 anos, enxergam a arte com um olhar mais técnico. Gostam da pintura e querem aprender as técnicas. Pessoas mais velhas, de 50 a 75 anos, veem na pintura uma possibilidade de ressignificar suas vidas, já que deixaram de trabalhar por algum motivo, ou acabaram sozinhos com o distanciamento dos familiares”, esclarece Carina. 

Durante os encontros semanais, são ensinadas não apenas técnicas de pintura, mas também exercícios práticos que provocam os participantes a usarem suas emoções como um veículo para manifestar a autoexpressão e a realização pessoal. Reconhecida como recurso terapêutico, a arte também é forte aliada para nos conectarmos mais com os processos de autoconhecimento, autoestima e tranquilidade. 

A ideia de que a arte pode beneficiar o bem-estar mental é algo que muitos compreendem instintivamente, mas podem acabar se esquecendo quando se afastam das atividades que gostavam na infância, como dançar, escrever, desenhar e cantar. Por contar com uma equipe multidisciplinar, a intencionalidade das atividades contribui ativamente para a promoção do bem-estar e da saúde mental das pessoas.

A exposição é patrocinada pela BASF e promete ser uma oportunidade única de explorar e compreender as múltiplas funções e impactos da atividade artística na vida dos que passam por transtornos mentais como depressão e ansiedade, ou sofreram discriminações. Os artistas participaram de uma formação em educação artística, incentivados a explorar suas emoções e vivências de maneira criativa. 

“A arte não é só a questão da apreciação das grandes obras. Qualquer um pode usar a subjetividade da arte para se expressar, para colocar para fora, e fazer a sua arte se conectar com outras pessoas. E é isso que a gente ensina. É isso que a gente busca mostrar para as pessoas o seu sentimento”, afirma Denílson. 

Para Ivânia Palmeira, consultora de Sustentabilidade da BASF, a arte não apenas enriquece nossas vidas, mas também impulsiona a inovação e inspira a busca constante de conhecimento. “É uma força vital que deve ser celebrada, apoiada e acessível a todos, pois, sem dúvida, enriquece nossa existência de maneiras inestimáveis”.
 Serviço: 

O que: Exposição “As Sete Funções da Arte”

Onde: Associação Comercial e Industrial, 2º andar. Rua do Imperador, 14 (segundo – andar) – Nova Petrópolis, São Bernardo do Campo – em frente ao novo hospital da mulher

Horário: todos os dias, até às 19h

Data: Entre os dias 08 e 25 de novembro 

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  • Data: 07/11/2023 10:11
  • Alterado:07/11/2023 10:11
  • Autor: Redação
  • Fonte: BASF









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