Estudo global avalia criatividade dos alunos

Essa será a primeira vez que os estudantes brasileiros terão esse tipo de competência avaliada

  • Data: 17/06/2024 11:06
  • Alterado: 17/06/2024 11:06
  • Autor: Redação
  • Fonte: Assessoria
Estudo global avalia criatividade dos alunos

Crédito:Divulgação/Freepik

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Está previsto para o dia 18 de junho, terça-feira, a OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) a divulgação dos resultados do Pisa (Programa Internacional de Avaliação de Alunos), que mostra a capacidade dos estudantes em usar a criatividade.

“As práticas pedagógicas que envolvam o uso da criatividade são as que mais despertam o interesse e prazer no estudante, o que reflete na melhora do clima escolar e na permanência do aluno. No entanto, o atual sistema de ensino abre pouco espaço para essas atividades, priorizando apenas a memorização dos conteúdos”, diz a gerente de avaliação e Prospecção do Itaú Social, Fernanda Seidel. “Por isso é fundamental um documento como a BNCC (Base Nacional Comum Curricular), que considera o desenvolvimento integral da criança e do adolescente, e que os docentes sejam preparados para estimular as diferentes habilidades dos alunos”, complementa.

Neste novo Pisa, a análise avalia como os estudantes chegaram a determinada resposta para um problema, considerando adequação, flexibilidade ou originalidade das soluções apresentadas. A avaliação inclui quatro domínios: expressão escrita, expressão visual, resolução de problemas sociais e resolução de problemas científicos.

Confira a história de sete professores que elaboraram projetos pedagógicos criativos para atrair a atenção do estudante:

Professora estimula estudantes a transformarem o cotidiano de suas famílias pesqueiras em crônicas

Rosa Maria Martins

Professora dos Anos Finais do Ensino Fundamental (6º ao 9º ano) da Ilha da Torotama (RS).
Com o objetivo de valorizar a cultura do território, a professora Rosa Maria estimulou seus alunos dos Anos Finais do Ensino Fundamental a escreverem sobre seu cotidiano em formato de crônica. O destaque dessas produções textuais foi a participação das mulheres na economia local e na organização social. “Cada estudante narrava o que chamava sua atenção. Nesse momento, surgiram muitas histórias envolvendo as mulheres da região, que ficavam em roda, conversando enquanto preparavam siris para serem vendidos”.

Batalhas de rimas despertam interesse do estudante na leitura

Lais Freitas

Professora de língua portuguesa do Ensino Fundamental e Médio de Embu-Guaçu (SP).
Despertar o interesse dos estudantes pela literatura foi o objetivo da professora de língua portuguesa Laís Freitas. Com seu projeto “Slam” e a realização de saraus dentro da escola, os adolescentes se encantaram e passaram a consumir obras literárias e a escrever poesias, seja para participar dos eventos culturais ou até para registro pessoal.

Ensino de matemática por meio de jogos melhora desempenho dos estudantes

Edjane Pereira da Costa Mello

Professora de matemática de Itapevi (SP).
Ensinar matemática de maneira divertida e lúdica foi a opção adotada pela professora Edjane, da Escola Maestro Heitor Villa Lobos. Logo nos primeiros meses utilizando jogos de conta, como a mancala (brincadeira de tabuleiro com captura de peças do adversário), notou-se um maior interesse dos alunos com a disciplina, sendo um deles Richard Afonso. O estudante, que tinha dificuldade em participar das aulas, se tornou mais dedicado aos estudos após a iniciativa, conquistando prêmios em concursos escolares, como o segundo lugar no campeonato Jogomat (Jogos Matemáticos), realizado pela USP (Universidade de São Paulo) em 2021.

Abordagem mostra que errar é uma oportunidade de aprender matemática

Ione Clarice

Professora de matemática do 5º ano e supervisora do 9º ano da rede municipal de Vespasiano (MG).
A professora Ione Clarice é uma das docentes que participam do “Mentalidades Matemáticas”, desenvolvido no município de Vespasiano (MG). A abordagem incentiva que alunos superem o medo de errar por meio de um ambiente seguro e com dinâmicas que vão além das fórmulas, envolvendo jogos e conversas, tornando a experiência em sala de aula mais divertida.

Mãe destaca importância do ensino da matemática inovadora e inclusiva

Roberta Gledsa

Mãe do estudante João, de Vespasiano (MG).
O acolhimento de estudantes com deficiência é um desafio histórico que as unidades de ensino lidam no cotidiano. “Eu já pensei várias vezes em tirar meu filho da escola”, diz Roberta Gledsa, mãe de João, estudante de dez anos diagnosticado com AMC (artrogripose múltipla congênita). Sua permanência foi garantida por meio de iniciativas pedagógicas que o acolheram, como a abordagem “Mentalidades Matemáticas”, que promove o ensino de forma criativa e valoriza as diferentes maneiras de pensar a disciplina. “Antes, o João tinha medo de matemática. Porém, nas primeiras aulas ele compreendeu que havia infinitas possibilidades para se aprender a disciplina. Isso trouxe a ele outra visão e despertou o interesse pela matéria”.

Professora lança aplicativo que resgata a história dos povos negros e indígenas do Cariri Cearense

Cicera Nunes

Professora com experiência na educação básica em Juazeiro do Norte (CE) e, atualmente, adjunta vinculada ao Departamento de Educação da URCA (Universidade Regional do Cariri).

Por meio de depoimentos dos moradores e de familiares dos estudantes de escolas públicas da comunidade do Gesso (CE), a professora Cícera Nunes criou o aplicativo “Educaya”. A ferramenta está disponível gratuitamente e apresenta locais que têm relação com comunidade negra e indígena no território do Cariri Cearense. Parte dos ambientes mapeados estão preservados e a outra mostra como eles foram ressignificados pela comunidade, entre eles a linha férrea, que hoje é cuidada pelos moradores como um sítio urbano, com plantação de ervas medicinais e árvores frutíferas.

Geografia é utilizada para colocar o convívio social como centro do debate pedagógico

Karla Annyelly Teixeira de Oliveira

Professora de geografia dos Anos Finais do Ensino Fundamental de Goiânia (GO).
Sete escolas do estado de Goiás participaram do projeto “Nós Propomos! Goiás”, coordenado pela professora Karla Annyelly. A iniciativa estimula os estudantes a apontarem soluções para os problemas em seus territórios, como buracos na rua, falta de praça, lixos acumulados, etc. Para identificar esses desafios, os alunos realizaram entrevistas com moradores do bairro, tiraram fotos, entre outros registros. A partir desses dados, elaboraram mapas, construíram gráficos, escreveram textos para construir propostas às dificuldades da região.

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  • Data: 17/06/2024 11:06
  • Alterado:17/06/2024 11:06
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