Em apenas 3 anos, Alexandre Baldy passou de empresário a ministro

O novo ministro das Cidades, Alexandre Baldy (sem partido-GO), teve uma ascensão meteórica na política.

  • Data: 21/11/2017 12:11
  • Alterado: 15/08/2023 23:08
  • Autor: Redação ABCdoABC
  • Fonte: Estadão Conteúdo
Em apenas 3 anos

O novo ministro das Cidades

Crédito:Alexssandro Loyola

Você está em:

Deputado de primeiro mandato, foi escolhido aos 37 anos para o ministério graças à articulação do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), de quem é aliado.

Baldy é casado há 16 anos com Luana Limírio, com quem tem dois filhos. Tem um patrimônio declarado, em 2014, de R$ 4,2 milhões, entre imóveis, aplicações e carro de luxo. É sócio de cinco empresas, de representação comercial e de embalagens.

Baldy é ligado ao governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), de quem foi secretário da Indústria e Comércio. Eleito pelo PSDB Baldy migrou para o antigo PTN, hoje Podemos, legenda da qual chegou a ser líder na Câmara.

Para entrar no Ministério das Cidades, deve se filiar ao PP. Foi um dos idealizadores da CPMI da JBS, que governistas usam para investigar os investigadores e questionar o acordo de delação dos donos do frigorífico.

Baldy chegou a ser citado como político ligado ao contraventor Carlinhos Cachoeira num relatório arquivado da CPI que investigou os negócios dele. 

Baldy prometeu ao PMDB e a partidos do Centrão (PP, PR e PSD) revogar atos de seu antecessor na pasta, Bruno Araújo (PSDB-PE), após tomar posse, marcada para esta quarta-feira, 22. O primeiro deve ser a portaria que autorizou a contratação de 54.089 novas unidades habitacionais pelo programa Minha Casa Minha Vida, principal vitrine da pasta.

Anunciada em 6 de novembro por Araújo, a contratação beneficia a faixa 1 do programa, que atende famílias mais pobres, com renda mensal de até R$ 1,8 mil. A portaria prevê que as unidades devem ser construídas em 260 municípios em 26 Estados brasileiros, com a expectativa de geração de 140 mil empregos diretos, segundo o ministério. O Acre foi a única unidade da Federação que ficou de fora.

Fiadores da indicação de Baldy, o PMDB e o Centrão pediram ao novo ministro para fazer uma nova distribuição “mais igualitária” das unidades que serão construídas. O argumento é de que os Estados mais beneficiados pela decisão de Araújo foram aqueles governados por tucanos ou por governadores de partidos da oposição ao governo Temer.

Segundo o ministério, o Estado mais contemplado foi São Paulo (15.165 unidades), administrado por Geraldo Alckmin (PSDB). Logo em seguida aparecem Minas (7.046 unidades), governado por Fernando Pimentel (PT); Paraná (3.331 unidades), governado por Beto Richa (PSDB); e Ceará (2.735 unidades), cujo governador é Camilo Santana (PT).

A portaria pode ser revogada porque as empresas que vão construir as unidades ainda não assinaram contrato. A partir do anúncio, elas tinham até 30 dias para comprovar qualificação e outros três meses para apresentar anteprojeto e estudo de viabilidade do empreendimento. Procurado, Araújo não respondeu. Já o Ministério das Cidades informou que a distribuição dos municípios beneficiados seguiu “critérios técnicos”.

Megaprojeto

Baldy também prometeu ao governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), de quem é aliado, atuar para destravar um megaprojeto para a construção de uma linha ferroviária entre Goiânia e Brasília para cargas e passageiros, apelidado de TransPequi. O projeto se arrasta há mais de dez anos e foi retomado pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT).

Baldy vinha acompanhando o desenrolar das discussões com o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Moreira Franco, buscando fontes de financiamento e investidores internacionais interessados na obra. Uma série de autorizações para o projeto passa pela pasta que ele comandará. Além disso, como vice-presidente do conselho que gere o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), o ministro pode atuar para destinar parte dos recursos para a obra.

Nesta segunda-feira, 20, Temer passou o dia em conversas para definir outras mudanças em ministérios do PSDB, entre elas com o tucano Aloysio Nunes, à frente das Relações Exteriores, que deve ficar no governo. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Compartilhar:

  • Data: 21/11/2017 12:11
  • Alterado: 15/08/2023 11:08
  • Autor: Redação ABCdoABC
  • Fonte: Estadão Conteúdo









Copyright © 2023 - Portal ABC do ABC - Todos os direitos reservados