Elon Musk escolhe Texas, reforça tendência e confirma estratégia de empresário brasileiro

Diversas grandes empresas como Google, Apple e Samsung estão ajudando a consolidar o Texas como estado mais atraente para negócios nos EUA

  • Data: 16/12/2020 16:12
  • Alterado: 16/12/2020 16:12
  • Autor: Redação
  • Fonte: Conti
Elon Musk escolhe Texas, reforça tendência e confirma estratégia de empresário brasileiro

Crédito:Reprodução

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O empresário Elon Musk, fundador da fabricante de carros elétricos Tesla e segundo homem mais rico do mundo, é o mais novo integrante do grande fluxo migratório de empresas em direção ao Texas. Com sua fortuna de US$ 127 bilhões, Musk vai deixar a Califórnia, onde vive há mais de 20 anos, para ficar mais perto da nova fábrica que a Tesla está construindo em Austin e de outro de seus grandes negócios, a fabricante de foguetes SpaceX, em Brownsville.

Dias antes do anúncio de Musk, a gigante de tecnologia da informação Hewlett-Packard (HP), que ajudou a transformar o Vale do Silício na capital mundial da inovação, anunciou que vai mudar sua sede de Palo Alto, onde foi criada em 1939, para Houston. Goldman Sachs e Dropbox também revelaram planos de estabelecer boa parte de suas operações no Texas, estado que desde 2010 já acolheu mais de 120 multinacionais que se transferiram de outras partes dos Estados Unidos, atraídas por vantagens fiscais, custo de vida mais baixo e outros benefícios.

Google, Apple, Samsung, Oracle, American Airlines, Toyota, AT&T, McKesson, Whole Foods e Pizza Hut, entre muitas outras empresas, estão ajudando a consolidar o Texas como estado mais atraente para negócios nos EUA. É uma tendência que foi identificada pelo empresário brasileiro Carlos Vaz, radicado nos EUA há 20 anos, sendo os últimos 12 no Texas. Ele se debruçou sobre indicadores econômicos e demográficos que mostravam que o estado seria um dos grandes pólos de crescimento dos EUA, e decidiu se mudar para Dallas em 2007.

Além de trocar Boston por Dallas, Vaz entrou em um segmento do mercado imobiliário americano chamado multifamily, inexistente no Brasil e totalmente alinhado com esse fluxo de empresas e empregos para o Texas. A CONTI, empresa que fundou com um sócio americano ainda em 2007, adquire e administra conjuntos residenciais em que as unidades são oferecidas exclusivamente para aluguel.

“Habitação é uma necessidade básica e alugar passou a ser visto pelo americano de classe média como solução permanente, pois ele hoje prioriza a mobilidade para acompanhar as melhores oportunidades de trabalho”, diz Vaz.  A pandemia do coronavírus acabou reforçando essa tendência: “Veja o caso do Vale do Silício, uma das regiões com maior custo de vida dos EUA: com o home office, as empresas perceberam que não faz sentido manterem sua sede num Estado como a Califórnia, com uma carga tributária muito alta, obrigando os funcionários a pagar caro para morar pior e trabalhar de casa.”

Os conjuntos habitacionais multifamily, tradicionais nos EUA há mais de 100 anos, são localizados em regiões densamente povoadas e perto de centro comerciais, escolas, hospitais, serviços e indústrias. As unidades têm aluguel na faixa US$ 1 mil, acessível para os padrões americanos. As cidades onde a CONTI está presente concentram a maioria das empresas que migraram para o Texas. O índice de ocupação dos imóveis é superior a 92%, o que reforça a atratividade da CONTI para investidores. A empresa cria fundos que bancam a aquisição dos conjuntos residenciais, os aluguéis geram rendimentos periódicos para os cotistas e depois de alguns anos, a propriedade é vendida e os investidores têm nova remuneração.

Hoje, a CONTI tem no portfólio cerca de 10 mil apartamentos para aluguel em 32 conjuntos habitacionais espalhados principalmente por Dallas, mas a empresa também está presente em Austin e Houston. Desde sua criação, a CONTI movimentou mais de US$ 1 bilhão em ativos e, apenas em 2019, adquiriu propriedades avaliadas em US$ 200 milhões.

A demanda por moradias de aluguel, gerada pelo fluxo de grandes empresas em direção ao Texas, vem aquecendo o mercado multifamily e beneficiando o modelo adotado pela CONTI. Com isso, nos últimos anos, o desempenho da empresa passou a chamar a atenção também de investidores brasileiros.

“A queda da taxa Selic levou muitos brasileiros a buscarem opções de investimento no exterior e os fundos da CONTI tem a vantagem de não depender da oscilação da Bolsa nem da cotação do dólar, indicadores fortemente impactados com a pandemia do coronavírus”, diz Vaz. Este ano, com o crescimento na participação de investidores brasileiros, a CONTI decidiu abrir escritórios em São Paulo e Miami para melhor atender a esse público.

Enquanto isso, o Texas continua assegurando aderência ao segmento multifamily. No primeiro trimestre de 2020, mesmo sob efeito parcial da pandemia, o PIB do Texas atingiu US$ 1,891 trilhão, superando o do Brasil (pouco menos de US$ 1,8 trilhão). Com taxa média de crescimento de 3,5% ao ano desde 2009 e economia diversificada, o Texas está causando uma revolução demográfica nos EUA. Dallas é um exemplo: é a primeira cidade do país em oferta de emprego e crescimento populacional, devendo receber mais de 4 milhões de novos moradores até 2046.

“Essas pessoas precisam de um lugar para morar, e para muitos o segmento multifamily pode ser a solução. Mesmo em épocas de crise, ele continua em demanda pois quem alugava imóveis mais caros tende a buscar uma opção mais em conta”, finaliza Vaz.

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