Eficiência energética: Brasil paga por não apagar a luz
Em workshop, especialistas apresentam meios para o consumo energético com mais consciência
- Data: 15/12/2021 09:12
- Alterado: 15/12/2021 09:12
- Autor: Redação
- Fonte: ReyMaster
Crédito:Pixabay
Pensar estratégias para o consumo saudável de energia é uma preocupação dos pequenos e, especialmente, dos grandes empresários. Vale lembrar que eficiência energética significa, como define a Empresa de Pesquisa Energética (EPE), a arte de usar a menor quantidade possível para conseguir fazer mais ou a mesma coisa.
Um recente levantamento feito pela Associação Brasileira das Empresas de Serviços de Conservação de Energia (Abesco), mostrou que o País perdeu cerca de R$ 52 bilhões com o desperdício de energia elétrica (a avaliação foi dos anos de 2015 a 2017). A falta de chuva e a dependência das hidrelétricas tornam a discussão do tema ainda mais urgente.
“A eficiência energética ainda é uma área que tem muito a ser aprimorada nas instalações comerciais e industriais. Com o momento do setor industrial em crescimento na nossa região, as plantas industriais crescem dia a dia e sempre tem algo a ser inovado e melhorado”, afirma Lindomar Martins Rodrigues, eletromecânico na empresa Nutriplast, de Cascavel (PR). Ele participou do workshop promovido em novembro pela Reymaster Materiais Elétricos e pela Engerey Painéis Elétricos, ambas de Curitiba (PR).
Para o time das organizadoras do debate, não há mais tempo a perder: é preciso apostar em soluções práticas e com resultados. E como isso é possível no caso das indústrias? O engenheiro eletricista Joelinton Geffer, da Reymaster, apresentou no evento uma solução capaz de diminuir a potência dos motores, logo, reduzir o gasto deles. São os inversores de frequência. “Ele [o inversor de frequência] diminui a corrente de partida do motor, diminuindo a potência, logo, o consumo energético também, além da velocidade, que pode ser controlada de forma variada”, explica. A outra solução apresentada pelo engenheiro foi o smart access, um dispositivo para comissionamento, configurações e diagnósticos dos inversores através do celular ou dispositivo com acesso Wi-Fi. “Ele é um módulo adicional do inversor. Hoje, a maioria dos inversores tem esse comissionamento na tela dos inversores. O smart access é também voltado à indústria 4.0”.
Embora o valor inicial dos equipamentos para a redução de energia possa ser mais alto, a médio e longo prazo, o investimento oferece mais retorno aos empresários e ao próprio consumidor comum. Também, além da economia, a atividade ainda se apresenta como uma fonte de energia limpa. A iluminação LED e a fotovoltaica são outro bom exemplo. Elas geram uma economia de energia que pode chegar em até 70% em relação às tecnologias convencionais. O empresário da Prati Donaduzzi, Maurício Aesenio Fão Barth, inclusive, se queixa justamente deste gasto. “A empresa gasta centenas de milhares de reais em energia, principalmente com iluminação”, afirma. Soluções para o setor são sempre bem-vindas.
“Através da iluminação conectada, as empresas podem gerenciar o consumo de energia na palma da mão, com os smartphones. Já a iluminação LED solar, além de não ter nenhum consumo de energia elétrica proveniente da rede elétrica, gera uma economia com materiais de infraestrutura, como fios elétricos e eletrodutos, por exemplo”, comenta Gustavo Batista, engenheiro eletricista que apresentou as tecnologias no workshop.
Para o também engenheiro eletricista João Ricardo Ferreira Buzzatto, a preocupação com um mundo mais verde é uma realidade e faz parte da agenda de trabalho. A busca por soluções inovadoras para os negócios não é mais utopia. “Eu acredito que, hoje, a preocupação não é apenas com a quantidade de energia consumida, mas sim com a forma que nós a consumimos. A ideia da palestra foi mostrar que existem meios de economizar e otimizar o consumo de energia elétrica”.
É quase como plantar uma árvore, só que, agora, na versão tech.