Eficiência de vacina bivalente contra COVID-19 é confirmada em estudo brasileiro inédito

A imunidade fornecida pela vacina bivalente Comirnaty BA.4/BA.5 foi atestada por estudo de pesquisadores da Universidade Federal do Oeste da Bahia

  • Data: 07/02/2024 10:02
  • Alterado: 07/02/2024 10:02
  • Autor: Rodilei Morais
  • Fonte: Agência FAPESP
Eficiência de vacina bivalente contra COVID-19 é confirmada em estudo brasileiro inédito

Crédito:Tomaz Silva/Agência Brasil

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Um estudo liderado por cientistas da Universidade Federal do Oeste da Bahia (UFOB) avaliou, pela primeira vez, a imunidade garantida pela vacina bivalente Comirnaty BA.4/BA.5, produzida pela farmacêutica Pfizer, em uma população real de vacinados. O imunizante faz com que o corpo produza anticorpos contra a variante do vírus de COVID-19 que circulou no início da pandemia e — em menor quantidade — contra as subvariantes ômicron.

A pesquisa contou com cerca de uma centena de voluntários de 16 a 84 na cidade de Barreiras, Bahia; parte deles foram imunizados com até quatro doses de vacinas monovalentes — como a Coronavac, a Covishield, a Janssen ou Pfizer — enquanto o restante tomou a quinta dose bivalente. Além de conter componentes do vírus original de Wuhan, na China, ela possui partes das subvariantes BA.4 e BA.5 de ômicron.

O trabalho foi importante não só para comprovar a eficácia da vacina, mas também para permitir que o imunizante entre no programa vacinal do país — que deve agora se assemelhar ao da gripe, com ajustes anuais em sua formulação para cobrir novas variantes que estejam se espalhando.

Comirnaty BA.4 e BA.5 foi a vacina bivalente dada como quinta dose no Brasil
Comirnaty BA.4 e BA.5 foi a vacina bivalente dada como quinta dose no Brasil (Imagem: Whispyhistory/Wikimedia Commons)

Apesar de focar nas novas variedades de vírus, a pesquisa — financiada pelo Fundo de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) e pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) — demonstrou ainda que a imunidade a longo prazo contra o vírus dominante no início da pandemia também aumenta. “Esse resultado era esperado, uma vez que a memória imunológica se baseia em células capazes de reconhecer frações do vírus e é reforçada pelo número de contatos com o contaminante”, comenta Jaime Henrique Amorim, pesquisador do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (ICB-USP) que coordenou o estudo. 

O também professor da UFOB explica que “as próximas doses devem levar em conta os vírus que circulam no momento e não mais os que desapareceram, para que a imunidade seja atualizada e reforçada de acordo com o cenário epidemiológico vigente, de forma semelhante ao que se faz contra o vírus influenza, da gripe.”

Publicado no conceituado periódico Journal of Medical Virology, o estudo foi uma colaboração entre cientistas brasileiros de diversas instituições e pesquisadores americanos.

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  • Data: 07/02/2024 10:02
  • Alterado:07/02/2024 10:02
  • Autor: Rodilei Morais
  • Fonte: Agência FAPESP









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