Dor Crônica e Covid-19 _x000D_

A Médica, Especialista em Tratamento da Dor pela AMB e Docente da Pós Graduação de Dor no Einstein-RJ, Dra. Amelie Falconi, esclarece dúvidas

  • Data: 01/09/2021 14:09
  • Alterado: 01/09/2021 14:09
  • Autor: Redação
  • Fonte: Dra. Amelie Falconi
Dor Crônica e Covid-19 _x000D_

Dor Crônica e Covid-19

Crédito:Divulgação

Você está em:

Os impactos causados pela pandemia, nós já conhecemos e são muitos, mas ainda existem áreas que geram muitas dúvidas nas pessoas e é pouco comentado: O aumento do número de casos de dores crônicas, tanto em consultório quanto em hospitais e o impacto no Tratamento da Dor nestes pacientes, devido a pandemia.

A Especialista em Tratamento da Dor, Dra. Amelie Falconi, referência na área, diz que durante este tempo foram observadas algumas situações entre os pacientes. Entre elas:

  • Pacientes com dor apresentaram exacerbação da dor já existente;
  • Desenvolvimento de dor crônica em pacientes que tiveram Covid19;
  • Desenvolvimento de dor crônica em pacientes que não foram contaminados.
  • O isolamento social e as restrições causaram uma dificuldade e manutenção do tratamento. O acesso às prescrições e reabilitação foram limitados, causando exacerbação das dores.
  • Pacientes que não foram infectados apresentaram uma maior prevalência de distúrbios do sono, estresse, sofrimento emocional, interrupção das atividades físicas, redução da mobilidade e mudanças nas relações familiares, impostas pelo home office e educação escolar dentro de casa. Isso foram fatores que influenciaram no desenvolvimento de dores crônicas na população – Explica a Dra. Amelie Falconi,
  • Além disso, os pacientes que se infectaram com Covid19 cursam com uma incidência de dores ainda maior, especialmente cefaleias, dores musculares e neuropatias. Não podemos nos esquecer da importância dos procedimentos intervencionistas da dor nesse tempo, mesmo agora, “quase” pós pandemia.
  • Dra. Ameli explica que os procedimentos são minimamente invasivos, permitem uma alta rápida do ambiente hospitalar e aliviam o sofrimento, evitando assim, que esses pacientes busquem os hospitais para controle da dor e sejam expostos ao vírus. Além disso, os procedimentos permitiram a alta precoce de pacientes que estavam internados por dores após a infecção com COVID -19.
  • O campo da dor crônica é um dos mais atingidos pela pandemia COVID-19, deixando muitos pacientes sobrecarregados com o sofrimento causado pelas dores e o tratamento em curso atrasado – Ressalta a Dra. Amelie Falconi.
  • Alguns Fatores De Risco Para O Desenvolvimento De Dor Crônica Em Pacientes Que Tiveram COVID-19. 
  • Os pacientes que foram submetidos à muitos procedimentos dolorosos.
  • Na fase inicial, a covid acometeu a população mais idosa que, naturalmente, tem a saúde mais frágil, muitas vezes com outras doenças, tornando-se então, um grupo que já é alvo de dor crônica.
  • Quando os pacientes ficam imobilizados por muito tempo também é um fator de risco, isso porque há uma perda de massa muscular, podendo desenvolver um quadro de sarcopenia. Isso tudo leva a uma sobrecarga da estrutura esquelético-muscular e consequentemente causa muita dor, tanto muscular como articular.
  • Pacientes que na UTI, tiveram dificuldade de acesso à reabilitação, devido a grande demanda dos profissionais de fisioterapia terem ficado sobrecarregados com pacientes graves de ventilação mecânica.

Muito Se Fala Em Sequelas Respiratórias Associadas Ao COVID-19. Existem Outras?

Existe uma Síndrome que se chama Síndrome Pós-Terapia Intensiva, que se relaciona com várias disfunções físicas, cognitivas e psicológicas, presente em vários pacientes após a alta da UTI. A dor crônica costuma ser uma dessas disfunções. As estimativas de dor crônica após uma internação no CTI variam entre 14-77% – Explica a Dra. Amelie Falconi.

Levando isso em conta, além do grande número de pacientes internados em UTIs pelo COVID-19, pode ser que essa doença se torne mais um fator de risco para o desenvolvimento de dor crônica.

Dra. Amelie chama atenção para um fato importante: Em virtude de outras prioridades, a dor acaba sendo um sintoma frequentemente deixado para segundo plano nas UTIs. E se levarmos em conta que nessa situação de pandemia ocorreu uma demanda ainda maior das equipes, o problema se agravou.

Pacientes em UTI recebem muitos estímulos dolorosos ao longo do dia como aspiração de vias aéreas, mudanças de decúbito, troca de curativos, reposicionamento de tubo traqueal e outras intervenções. Além disso, muitos pacientes sobreviventes de COVD-19 ficam um período de tempo em sedação, imobilizados e em ventilação mecânica, causando fraqueza e fadiga, que sabemos, possui uma grande associação com a dor crônica. E mesmo em pacientes não internados em UTIS, sabemos que o COVID-19 está associado a diversos tipos de dores, entre eles mialgia, artralgia, dor abdominal, cefaleias, dores no peito e precisam ter um controle adequado dessas dores! – Conclui a Dra. Amelie Falconi

.

Compartilhar:

  • Data: 01/09/2021 02:09
  • Alterado:01/09/2021 14:09
  • Autor: Redação
  • Fonte: Dra. Amelie Falconi









Copyright © 2024 - Portal ABC do ABC - Todos os direitos reservados