Dólar apresenta queda e encerra abaixo de R$ 6 pela segunda vez consecutiva

Dólar cai para R$ 5,925, o menor valor desde novembro; mercado atento a possíveis tarifas de Trump e decisões dos bancos centrais.

  • Data: 24/01/2025 01:01
  • Alterado: 24/01/2025 01:01
  • Autor: redação
  • Fonte: Folhapress
Dólar apresenta queda e encerra abaixo de R$ 6 pela segunda vez consecutiva

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Na última quinta-feira (23), o dólar registrou uma queda de 0,36%, finalizando o dia cotado a R$ 5,925. Essa marca representa o segundo dia consecutivo em que a moeda americana permanece abaixo do patamar de R$ 6.

Esse valor é o mais baixo desde 27 de novembro do ano passado, quando a cotação alcançou R$ 5,913, um período que antecedeu uma forte valorização da moeda em resposta ao anúncio do governo brasileiro sobre o aumento da isenção do Imposto de Renda para rendimentos mensais de até R$ 5.000.

Desde então, o dólar vinha em uma trajetória ascendente, chegando a atingir um pico histórico de R$ 6,267. No entanto, a moeda parece ter perdido parte de seu ímpeto, alcançando uma mínima de R$ 5,874 durante a sessão.

Por outro lado, os outros ativos brasileiros apresentaram desempenho misto. O índice da Bolsa brasileira caiu 0,39%, fechando aos 122.483 pontos, enquanto os contratos de juros futuros encerraram o dia em alta, refletindo o leilão de títulos prefixados realizado pelo Tesouro Nacional na manhã do mesmo dia e o aumento dos rendimentos dos treasuries americanos.

A dinâmica do mercado nos últimos dias tem sido influenciada mais pelas expectativas econômicas em relação ao segundo mandato do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, do que por fatores fiscais internos ou pela agenda esvaziada devido ao recesso parlamentar no Brasil.

Trump tomou posse na última segunda-feira (20) e já renovou ameaças sobre a imposição de tarifas de importação a produtos da União Europeia e da China para fevereiro próximo. Contudo, até o momento não houve nenhuma ordem formal nesse sentido.

A interpretação dos investidores é que as políticas tarifárias propostas por Trump têm se mostrado menos agressivas do que se esperava inicialmente. O mercado avalia se essas ameaças são meramente retóricas ou se refletem planos concretos. Até agora, Trump apenas solicitou que agências federais investiguem déficits comerciais e práticas comerciais consideradas “injustas” por países parceiros.

A promessa de medidas protecionistas foi um dos principais pontos da campanha eleitoral de Trump. Especialistas afirmam que a aplicação de tarifas mais elevadas poderia impactar os fluxos comerciais globais e provocar um aumento nos custos e possíveis retaliações comerciais.

O principal temor no mercado americano gira em torno dos efeitos inflacionários que essas tarifas poderiam trazer à economia local. A inflação resultante poderia complicar a luta do Federal Reserve (Fed) contra a inflação e levar à manutenção das taxas de juros em níveis elevados. Taxas mais altas nos Estados Unidos tornam o dólar mais atrativo à medida que aumentam os rendimentos dos títulos do Tesouro americano.

No Fórum Econômico Mundial em Davos, Trump elogiou a meritocracia e fez promessas ambiciosas para transformar os EUA em um centro global para inteligência artificial e criptomoedas. Ele também indicou sua intenção de cortar regulamentações e impostos para estimular a produção doméstica.

Analistas destacam que a recente queda no dólar foi impulsionada pelo discurso de Trump em Davos, onde afirmou que buscará reduzir as taxas de juros americanas enquanto pressiona outros países produtores de petróleo como a Arábia Saudita para acompanhar essa estratégia.

No cenário brasileiro, as curvas de juros futuros se distanciaram das variações cambiais, especialmente nos contratos de longo prazo. As taxas para janeiro de 2031 e janeiro de 2033 fecharam em alta, influenciadas pelo leilão de títulos realizado pelo Tesouro Nacional.

Os especialistas atribuem a pressão nas curvas principalmente ao leilão matinal, onde foram vendidos todos os lotes disponíveis de Letras do Tesouro Nacional (LTNs) e Notas do Tesouro Nacional – Série F (NTN-Fs).

Para os próximos dias, os investidores devem ficar atentos às decisões dos bancos centrais ao redor do mundo. O Banco do Japão dará início às reuniões sobre taxas nesta sexta-feira, seguido pelo Fed e pelo Banco Central brasileiro na próxima semana.

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  • Data: 24/01/2025 01:01
  • Alterado:24/01/2025 01:01
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  • Fonte: Folhapress









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