Dezembrite: psicólogo explica como lidar com a chamada “síndrome do fim de ano”
O final de ano está repleto de simbologias e festividades que levam as pessoas a refletirem sobre fechamentos de ciclos
- Data: 22/12/2023 12:12
- Alterado: 22/12/2023 12:12
- Autor: Redação
- Fonte: Unifametro
Saúde mental
Crédito:Marcelo Camargo/Agência Brasil
Dezembrite é um termo habitualmente utilizado para designar os sentimentos, nem sempre positivos, que as festividades de fim de ano geram nas pessoas. Com a rotina de reencontros, revisão de metas e a aproximação do início de um novo ano, pessoas que sofrem de depressão, transtornos de ansiedade e afins podem se sentir afetadas negativamente por toda essa movimentação. Maia Neto, coordenador do curso de Psicologia do Centro Universitário Fametro (Unifametro), explica as razões desse sofrimento e o que fazer para aliviá-los.
De acordo com Maia, o final de ano está repleto de simbologias e festividades que levam as pessoas a refletirem sobre fechamentos de ciclos. Muitas delas também se deparam com metas que foram estabelecidas e não cumpridas, o que acaba por trazer sentimentos de frustração e fracasso. Por outro lado, a sociedade divulga amplamente a ideia do “espírito natalino”, no qual a felicidade e a harmonia imperam.
“Ocorre que nem todas as pessoas vivem esse contexto natalino de bem-estar e/ou mesmo estão nesse contexto de felicidade, o que contribui para a construção de um sentimento de inadequação. Diante desse contexto, é comum o relato de pessoas que se sentem ansiosas e tristes, exatamente por não se perceberem alinhadas ao que a sociedade divulga como sendo o correto e esperado para esse período”, explica o psicólogo.
Para o especialista, o acompanhamento psicoterapêutico contribui para que os indivíduos passem por esse período com maior facilidade, na medida em que auxilia nos pensamentos mais assertivos. “É preciso compreender que cada pessoa segue o seu próprio fluxo de tempo e também que algumas metas não dependem exclusivamente de nós. Aceitar que alguns processos não ocorrem da forma como prevemos, mas que isso não deve significar fracasso”, pontua.
Aproveitar o período de final de ano para reavaliar algumas atitudes e redirecionar metas é importante. Porém, segundo Maia, também é necessário ter um cuidado a mais ao estabelecer objetivos que sejam mais factíveis para o próximo ano, e organizá-los em pequenos passos.
“Se a meta é ter um estilo de vida mais saudável, por exemplo, no lugar de planejar correr uma maratona, comece a organizar caminhadas de 15 minutos por três vezes na semana. Não radicalize na dieta, pois o ideal é diminuir a inserção de açúcares e produtos industrializados, começando com pequenos passos e com constância. Tudo isso terá uma maior chance de sucesso se for realizado com acompanhamento profissional. Assim sendo, busque um psicólogo, um nutricionista, um professor de educação física. Não tenha receio em “exagerar” no seu autocuidado”, recomendou.