Cuba sofre novo apagão geral enquanto espera chegada de furacão
No terceiro apagão nacional desde a sexta-feira (18), Cuba fracassou na noite deste sábado (19) na tentativa de restaurar a energia elétrica na ilha, deixando milhões no escuro e levantando novas dúvidas sobre a viabilidade de os serviços serem restabelecidos de forma rápida.
- Data: 20/10/2024 14:10
- Alterado: 20/10/2024 14:10
- Autor: redação
- Fonte: Folhapress
Crédito:Rua de Havana na noite deste sábado (19), durante o apagão – Adalberto Roque – 19.out.2024/AFP
Ao mesmo tempo, o governo cubano lançou um alerta sobre a chegada do furacão Oscar à sua costa norte, que está previsto para alcançar a região na noite deste domingo (20). O aviso foi direcionado às províncias de Holguin e Guantánamo.
A rede nacional de eletricidade de Cuba colapsou primeiro em torno do meio-dia da sexta-feira, depois que a principal planta de energia da ilha desligou. Segundo a imprensa estatal do país, a rede apresentou problemas novamente no sábado de manhã.
À noite, as autoridades relataram algum progresso em restaurar a energia. No entanto, logo depois, anunciaram que a rede, mais uma vez, colapsou.
“Hoje [sábado], às 22h25, ocorreu novamente a total desconexão do sistema eletroenergético”, disse a companhia elétrica de Havana no Telegram.
Mais tarde, o post foi removido do perfil da companhia na plataforma. Não foi esclarecido o motivo da remoção da publicação, mas milhões continuam sem energia na manhã deste domingo.
O ministro de Energia de Cuba disse, logo depois do comunicado da companhia elétrica, que estava trabalhando para restabelecer o serviço, e que esse processo é complexo.
Repórteres da Reuters presenciaram ao menos dois pequenos protestos em Cuba durante a noite devido ao apagão, e vídeos de vários outros protestos foram publicados nas redes sociais.
O regime cubano tem dito que a rotina de blecautes ocorre devido à infraestrutura deteriorada, escassez de combustível e demanda elevada do sistema.
A eletricidade em Cuba é gerada por oito centrais termelétricas obsoletas, que em alguns casos apresentam avarias ou estão em manutenção, por sete centrais flutuantes –que o governo aluga de empresas turcas– e por grupos de geradores. A infraestrutura requer principalmente combustível para funcionar, e há escassez.
Cuba também atribui os problemas ao embargo dos Estados Unidos, assim como às sanções instituídas pelo ex-presidente Donald Trump. Os Estados Unidos negam qualquer papel nas falhas da rede de energia.
Além de Cuba, outros países também lançaram alertas sobre o furacão Oscar, como as Bahamas. As chuvas pesadas do furacão devem causar alagamentos e potenciais deslizamentos no leste de Cuba, especialmente na região da cordilheira de Sierra Maestra.